quinta-feira, junho 15, 2006

 
Gelo da Antártida oculta a maior cratera de meteoro do mundo

Cientistas norte-americanos descobriram na Antártida uma enorme cratera aberta possivelmente há 250 milhões de anos por um meteoro que terá causado a extinção de 90% das espécies terrestres.
Num artigo publicado na revista Research, geólogos da Universidade Estatal de Ohio indicam que a cratera tem cerca de 480 quilómetros de diâmetro e está sepultada a quase dois quilómetros de profundidade, sob os gelos da plataforma oriental antárctica.
De acordo com as medições, apoiadas por satélites, o impacto do meteorito foi contemporâneo à extinção do período Pérmico-Triásico, quando quase toda a vida animal desapareceu no planeta, abrindo caminho ao domínio dos dinossaúrios.
Os cientistas sugerem que o impacto, registado na região de Wilkes Land, no leste da Antártida e a sul da Austrália, terá iniciado a ruptura do supercontinente de Gonduana ao abrir a ruptura tectónica que afastou a Austrália pata norte há 100 milhões de anos.
A cratera antárctica é duas vezes maior que a de Chicxulub, que assinala na península mexicana de Yucatãn o impacto de um meteorito que, segundo se crê, extinguiu os dinossáurios há 65 milhões de anos.
«O impacto de Wilkes Land é muito maior do que acabou com os dinossáurios e causou provavelmente danos catastróficos», disse Ralph von Frese, professor de ciências geológicas na Universidade Estatal de Ohio.
A descoberta da cratera antárctica decorreu de estudos feitos por Von Frese e pelo geólogo Laramie Potts, juntamente com cientistas da NASA, Rússia e Coreia do Sur, a partir de medições realizadas por satélites GRACE da agência espacial norte-americana.
Um anúncio semelhante foi feito em 2004 quando uma equipa dirigida por Luann Becker, da Universidade da Califórnia, concluiu que uma cratera situada ao largo da costa noroeste da Austrália mostrava indícios do impacto de um grande meteoro na altura da primeira grande extinção.
Esta equipa sustentou o estudo em amostras datadas de solo recolhidas a grande profundidade por companhias de prospecção petrolífera que laboravam na região.
Numa reunião da União Geofísica Americana realizada no mês passado, Von Frese admitiu não dispor deste tipo de provas, mas disse planear uma deslocação à Antártida para procurar pedras situadas ao longo da costa, na base do gelo, que possam ser datadas.
De acordo com a teoria prevalecente, a extinção Pérmico-Triásica foi causada por uma série de erupções vulcânicas ocorridas durante milhares de anos que soterraram sob rocha fundida o que é hoje a Sibéria e libertaram na atmosfera toneladas de gases tóxicos, alterando o clima da Terra.
Diário Digital / Lusa
08-06-2006 13:00:00

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