quinta-feira, junho 01, 2006

 
«Marines» enfrentam pena de morte por massacre de iraquianos

Pelo menos quatro marines, incluindo um sargento, enfrentam acusações de assassínio e uma possível condenação à morte pelo massacre de 24 civis iraquianos na cidade iraquiana de Haditha, em Novembro de 2005, disseram fontes judiciais norte-americanas.
Duas investigações ao alegado massacre efectuadas pelos Serviços de Investigação Criminal da Marinha estão praticamente terminadas e vão ser entregues às autoridades em Junho, disseram as mesmas fontes.
A primeira investigação diz respeito ao alegado massacre e a segunda a tentativas de encobrimento do ocorrido.
O massacre terá ocorrido a 19 de Novembro último, quando elementos da Companhia Kilo do Terceiro Batalhão dos Marines efectuavam uma patrulha na cidade de Haditha, descrita como um ponto de forte implantação de forças rebeldes iraquianas.
A explosão de uma bomba despoletada à distância causou a morte do cabo Miguel Terrazas. Investigadores afirmam que o que se passou em seguida foi um caso típico em que os soldados norte-americanos «sofreram uma quebra total de moral e liderança com resultados trágicos».
Segundo os investigadores, os marines teriam estabelecido que «uma linha de fogo» usada para fazer despoletar a bomba tinha origem num edifício na proximidade. Um «esquadrão» de 12 homens terá iniciado uma operação para tentar encontrar os responsáveis nos edifícios vizinhos.
A operação terá durado entre três e cinco horas e os soldados envolvidos afirmam que foram por diversas vezes atacados com armas ligeiras.
Comunicações com um centro de comando dos marines parecem confirmar isso, disseram as mesmas fontes, mas uma fonte militar no Pentágono afirmou que a resistência encontrada pelos soldados norte-americanos foi mínima e «nunca foram alvo de fogo hostil que possa ser considerado de natureza ameaçadora».
As mortes dos civis foram «metódicas», dizem os investigadores.
Ironicamente, os responsáveis pela investigação puderam contar com fotos das vítimas tiradas poucos depois do ocorrido por um membro dos serviços de informações dos marines enviado para a zona para fotografar o cenário e tentar obter mais informações sobre as forças inimigas na zona.
As fotos, dizem os investigadores, indicam claramente que algumas das vítimas foram abatidas a sangue frio. Quinze delas, incluindo sete mulheres e três crianças, teriam sido mortas nos edifícios. Outras cinco teriam sido executadas em frente a uma viatura em que se deslocavam e que havia parado a pouca distância do local onde a bomba explodiu.
Desconhece-se onde foram mortas as outras quatro vítimas, mas fontes dos marines dizem que foram abatidas «num tiroteio» numa casa particular.
Investigadores disseram a membros do Congresso que as possibilidades de alguma das 24 vítimas ter sido morta em combate são «nulas».
Os membros do Congresso foram também informados de que, embora as investigações envolvam todos os 12 fuzileiros que participaram na operação, elas «estão particularmente centradas num grupo de combate de quatro elementos comandados por um sargento».
Este sargento teria, não só minimizado as baixas entre a população civil, como teria deliberadamente mentido sobre como é que as mortes haviam ocorrido, afirmando aos seus superiores que os civis haviam sido mortos na explosão de uma bomba dos rebeldes.
Diário Digital / Lusa
31-05-2006 18:15:00

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