quarta-feira, julho 12, 2006

 
Cinema: Deputados egípcios querem censurar cenas gay

Mais de 100 deputados egípcios querem censurar as cenas homossexuais de «O edifício Yaqubian», uma película que trata temas sensíveis como a tortura, o aborto e a corrupção e está a bater todos os recordes no país.
O visionamento do filme no parlamento foi já exigido pelos deputados - exactamente 112 -, apostados em cortar, pelo menos, as cenas mais escandalosas, como as que mostram um jornalista homossexual na sua relação com um soldado.
Marwan Hamed, o jovem realizador de «O edifício Yaqubian», não está pelos ajustes e fez saber que, se os deputados «se atreverem a cortar uma só cena que seja», retirará o filme de cartaz.
A irem por diante a pretensão dos deputados e o aviso de Hamed, o filme deixará de ser visto nas 72 salas do Egipto que actualmente o exibem e em cujas bilheteiras fez entrar, em apenas duas semanas, 10 milhões de libras egípcias (cerca de um milhão e 400 mil euros), segundo dados da produtora.
Segundo Hamed, «O edifício Yaqubian» teve, desde o primeiro momento, o apoio decidido do ministro da Cultura egípcio, Faruq Hosni, e mesmo do organismo oficial de censura, pelo que não entende a reacção dos deputados.
O filme, o mais caro da história do cinema egípcio, conta a história de uma comunidade de inquilinos de um imóvel que já viveu momentos melhores e que agora alberga desde aristocratas nostálgicos do Cairo dos tempos da colonização até gente que se resigna a viver no telhado e a negociar com a miséria.
Além do jornalista homossexual, outro motivo de perturbação para os deputados é Taha, um jovem que, ao ser rejeitado pela academia de oficiais da polícia por causa da sua origem humilde, adere a um movimento fundamentalista, é detido, torturado e violado por essa mesma polícia e acaba por seguir a via do terrorismo islâmico.
Diário Digital / Lusa
12-07-2006 7:28:38

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