sábado, julho 15, 2006

 
Nova geração de mulheres mais propensa a maltratar parceiros

A nova geração de mulheres é mais propensa que os homens a perseguir, atacar e abusar psicologicamente dos seus parceiros, segundo um estudo da Universidade de Florida, em Gainesville, divulgado hoje.
«Vemos mulheres em relações, que actuam diferentemente do passado. A natureza da criminalidade mudou nas mulheres e isto reflecte-se também nas relações íntimas», disse Angela Gober, uma criminóloga da Universidade da Florida que dirigiu a investigação.
O estudo, que se baseia nos resultados de uma sondagem junto de 2.500 estudantes daquela universidade da Carolina do Sul, concluiu que mudou o ponto de vista das universitárias sobre o que deve ser o noivado.
Uns 29 por cento dos inquiridos, entre Agosto e Dezembro de 2005, disse já ter sido agredido fisicamente pelos seus pares e cerca de 22 por cento admitiu ter sido vítima de agressões no último ano.
Cerca de 32 por cento das mulheres confessaram ser as autoras da violência, em comparação com 24 por cento dos homens.
Numa sondagem de opinião separada a 1.490 universitários, 25 por cento disse ter sido assediado em 2005, sete por cento disse estar envolvido nesse tipo de actividades, sendo que, neste último grupo, a maioria era do sexo feminino.
Embora as mulheres tenham sido as principais autoras dos abusos, segundo o estudo, nas duas sondagens elas aparecem como as maiores vítimas de assédio, em 70 por cento dos casos.
Segundo a investigadora, é possível que os ataques físicos que as mulheres admitem ter cometido sejam, na realidade, «actos de autodefesa».
Admite que «talvez algumas dessas mulheres tenham sido abusadas pelos seus parceiros, durante algum tempo, e finalmente, defendem-se».
Investigações recentes sobre violência doméstica sugerem que enquanto, no passado, as vítimas podiam sentir-se presas nessa situação, as mulheres de hoje são mais propensas a entenderem que têm outras opções em vez de se submeterem a maus-tratos, comentou Angela Gober.
«Creio que isto também poderá ser visto como uma nova dinâmica nas relações, em termos de que as mulheres se sentem mais poderosas.
Elas reconhecem que não têm que ficar para sempre ligadas a uma relação e podem abandoná-la», acrescentou.
O abuso infantil foi o factor mais determinante para que homens e mulheres se tenham transformado em agressores ou vítimas da violência durante o noivado, acrescentou Angela Gober.
A sondagem mostrou que os homens e as mulheres que sofreram abusos durante a infância foram 43 por cento mais propensos a praticarem a violência física e uns 51 por cento a serem vítimas da violência do que aqueles que não foram maltratados.
Os actos de violência incluem pontapés, bofetadas, empurrões, golpes com um objecto, atirar pessoas contra a parede ou usar a força para obrigar o parceiro a ter relações sexuais, disse a especialista.
No que se refere ao abuso psicológico, 54 por cento dos inquiridos reconheceu praticá-lo e 52 por cento admitiu ser vítima de tal prática.
As mulheres são mais propensas a abusar psicologicamente dos outros: 57 por cento delas reconheceu tê-lo feito em comparação com 50 por cento dos homens.
Diário Digital / Lusa
15-07-2006 0:42:00

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