sexta-feira, julho 07, 2006

 
Reino Unido extradita para os EUA o pirata informático «Solo»

O ministro do Interior britânico, John Reid, ordenou a extradição para os Estados Unidos do pirata informático Gary McKinnon, conhecido como «Solo» e procurado pelo maior ataque cometido contra os computadores do Governo norte-americano.
Um juiz britânico autorizou no passado 10 de Maio a entrega de McKinnon, de 40 anos, mas a última palavra cabia ao titular do Interior, que assinou terça-feira a ordem de extradição, confirmou hoje um porta-voz desse Ministério.
Segundo a mesma fonte, McKinnon «tem agora a oportunidade, nos próximos 14 dias, de recorrer contra as decisões do juiz e do ministro do Interior».
Depois de conhecer a ordem assinada por Reid, o pirata informático anunciou que recorrerá da decisão e declarou: «Estou muito preocupado e sinto-me muito decepcionado com o meu próprio Governo».
«Solo» acedeu supostamente a computadores da Administração nacional para a Aeronáutica e o Espaço (NASA), o Exército, a Marinha, o Departamento da Defesa e a Força Aérea dos Estados Unidos entre Fevereiro de 2001 e Março de 2002.
Washington acusa o «hacker», detido em Londres em Junho do ano passado, de ter perpetrado «o maior assalto informático a um sistema militar de todos os tempos».
Segundo a administração Bush, «Solo» acedeu ilegalmente a 97 computadores do Governo norte-americano, enquanto os custos de acompanhamento e correcção dos problemas que causou rondam os 700.000 dólares (546.660 euros).
O acusado, residente no bairro de Wood Green (norte de Londres), incorre numa pena de mais de 50 anos de prisão se for condenado nos Estados Unidos por sabotagem dos seus sistemas de defesa.
McKinnon terá apagado arquivos importantes e copiou um documento com nomes de utilizadores, à procura de informação secreta sobre a existência de Objecto Voadores Não Identificados (OVNIS), tema pelo qual sente um grande interesse.
Embora tenha admitido ter entrado em redes informáticas militares, McKinnon assegurou que só o fez porque crê que o executivo de Washington esconde informação sobre OVNIS.
«Não foi só um interesse por homenzinhos verdes e discos voadores. Creio que existem aparelhos espaciais, ou que existiram», chegou a dizer o acusado.
Depois de o juiz ter autorizado a sua extradição em Maio, «Solo» lamentou ter penetrado nos computadores da Administração norte- americana, mas expressou a sua surpresa pela falta de segurança desse sistema informático.
McKinnon também manifestou o seu receio de ficar detido na base dos Estados Unidos em Guantanamo (Cuba), onde estão presos várias centenas de alegados terroristas da rede Al Qaeda sem garantias legais, no caso de ser finalmente extraditado.
No passado, os Estados Unidos não costumavam pedir a extradição de piratas informáticos que tivessem atacado redes norte-americanas a partir do estrangeiro.
Todavia, Washington endureceu as leis contra os delitos informáticos desde os atentados terroristas perpetrados a 11 de Setembro de 2001 contra as Torres Gémeas de Nova Iorque e o Pentágono de Washington, que causaram 3.000 mortos.
Diário Digital / Lusa
07-07-2006 0:02:00

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