quarta-feira, agosto 02, 2006

 
Cristovão Colombo: Rep. Dominicana recusa resultado ADN

O governo da República Dominicana recusa-se a reconhecer os resultados de análises de ADN que atestam que os restos mortais do navegador Cristóvão Colombo se encontram na cidade espanhola de Sevilha.

Em comunicado, o Ministério da Cultura afirma não reconhecer esses resultados como prova de autenticidade final até serem cumpridos os requisitos que o governo dominicano estabeleceu para a sua validação.
Acrescenta que a República Dominicana não é obrigada a aceitar esses resultados, na medida em que as análises foram realizadas «por um grupo privado com interesses particulares» em que não participou nenhum representante dominicano.
«Não foi celebrado nenhum protocolo entre os governos de Espanha e da República Dominicana para realizar estudos, tantos dos restos mortais que se encontram em Sevilha, como dos que se encontram em São Domingos», refere o comunicado.
O investigador espanhol José António Lorente, director do laboratório de Identificação Genética da Universidade de Granada (Espanha), garantiu no domingo que os restos que se encontram em Sevilha «são os de Cristóvão Colombo».
«Já não são necessários» outros dados para dizer que esses ossos são os do célebre navegador, garantiu Lorente à agência EFE em Madrid.
A equipa de investigadores espanhola, que há vários anos tentava estabelecer se os restos mortais que estão em Sevilha pertenciam ao do descobridor da América, quis analisar outros restos conservados em Santo Domingo, mas as autoridades dominicanas negaram-lhe autorização.
Todavia, o Ministério da Cultura dominicano afirma no seu comunicado que não se opõe, em princípio, a permitir um estudo do ADN dos restos de Colombo que supostamente se encontram em São Domingos.
Mas isso exigiria, precisa, um protocolo entre Espanha e a República Dominicana e que a equipa de investigadores incluísse cientistas dos dois países e de outras nações.
As análises da equipa de Lorente incidiram no ADN dos restos conservados em Sevilha, os supostamente pertencentes a Diego, um dos irmãos conhecidos de Colombo, depositados na ilha sevilhana de Cartuxa, e os atribuídos ao navegador e ao seu filho natural Fernando, enterrados na catedral.
Cristóvão Colombo foi sepultado em Valladolid, mas os seus restos mortais foram a seguir transladados para Sevilha, e em 1541 para Santo Domingo, a instâncias da nora, a vice-raínha Maria de Toledo.
Depois, em 1795, quando Santo Domingo caiu em poder da França, as autoridades espanholas enviaram os ossos do navegador para Havana, e em 1898, quando Cuba foi ocupada pelos norte-americanos, devolveram- nos a Sevilha, em cuja catedral ficaram depositados.
Mas uma urna de chumbo com o nome de Colombo descoberta em 1877 na catedral de Santo Domingo levou desde então as autoridades dominicanas a insistir que os espanhóis se enganaram nas ossadas, levando para Havana os restos de Fernando Colombo, único filho legítimo do navegante, e não os do pai.
Diário Digital / Lusa
02-08-2006 8:56:00

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