quinta-feira, agosto 31, 2006

 
Estudo: pessoas irascíveis não correm mais riscos cardíacos

As pessoas impacientes e irascíveis podem ter problemas de relacionamento com os outros, mas não correm mais risco de sofrer ataques cardíacos, revela um estudo inédito internacional, em que participou um investigador português.

Nesta investigação, os cientistas analisaram mais de seis mil pessoas entre os 14 e os 102 anos, estudaram a relação entre a personalidade e as doenças coronárias e concluíram que os calmos não estão mais a salvo de ter um ataque cardíaco do que os que se irritam facilmente.
Esta conclusão pode parecer surpreendente, na medida em que algumas pessoas sofrem ataques cardíacos quando fazem um esforço físico suplementar ou atravessam uma situação de tensão.
Porém, tal deve-se a problemas coronários já existentes e não ao facto de a pessoa ter uma natureza tranquila ou agitada, revela o estudo publicado na edição deste mês da revista norte-americana Public Library of Science Genetics.
Assim, a investigação deve deixar mais aliviados os indivíduos com personalidade de «tipo A», caracterizada pela impaciência, competitividade e facilidade para o aborrecimento.
Após uma análise exaustiva da saúde e do comportamento de 6.148 pessoas, os investigadores concluíram que as pessoas às quais incham as veias e ferve o sangue quando estão presas nas filas de trânsito, quando a sua equipa de futebol perde ou quando são contrariadas não correm mais risco do que os calmos de ter uma paragem cardíaca.
«Uma pessoa que se chateia mais frequentemente não tem maior probabilidade de sofrer um ataque de coração», resume o investigador português Gonçalo Abecasis, professor da Universidade de Michigan, que participou na elaboração do estudo.
Os cientistas descobriram que os genes que exercem influência sobre o comportamento são diferentes do que afectam as funções cardiovasculares, pelo que não existe um vínculo biológico entre ambos.
Esta conclusão contradiz alguns estudos anteriores, sobretudo um realizado nos anos 50, que define o tipo de personalidade A e lança a hipótese de que essa classe de pessoas tem mais probabilidades de sofrer um ataque de coração.
Esses investigadores tentaram provar a sua tese através da análise de 166 homens de tipo A (os agressivos) e B (os tranquilos), mas as suas conclusões foram criticadas porque os A fumavam mais do que os B, e o tabaco é uma causa directa de problemas vasculares.
Estudos posteriores chegaram a resultados contraditórios, tendo o número de participantes sido sempre pequeno.
Neste estudo agora publicado, uma equipa de 20 cientistas escolheu quatro povos da ilha mediterrânica da Sardenha para analisar a influência dos genes na vida do ser humano.
Os mais de 6.000 adolescentes e adultos que participaram na mostra representam 62% da população do Vale de Lanusei, escolhido como um laboratório genético excepcional.
Os avós de 95% dos analisados nasceram na Sardenha, e 600 deles pertenciam a uma mesma grande família.
«É uma comunidade estupenda, já que são pessoas que estão isoladas e vivem em ambientes muito parecidos, com dietas e distracções muito semelhantes», explicou Gonçalo Abecasis.
Um estudo anterior realizado em Lisboa, por exemplo, a cidade natal deste investigador, revelou muito mais variedade de ambientes e de raízes genéticas.
Durante cinco anos, os cientistas dedicaram-se a medir a influência da genética em 98 características físicas e comportamentais em cada um dos sardenhos estudados.
«A parte mais interessante do estudo é o que vem agora: tentar encontrar os genes» responsáveis por essas características, disse Gonçalo Abecasis.
As análises ao ADN poderão eventualmente permitir aos investigadores identificar os genes que afectam cada um dos traços estudados, incluindo factores de risco para as doenças cardiovasculares.
Essa descoberta permitirá criar fármacos que os ataquem directamente, permitindo, por exemplo, diminuir o colesterol sem que o dono do gene tenha que ficar de dieta.
Diário Digital / Lusa
31-08-2006 18:11:00

Comments:
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