sábado, agosto 12, 2006

 
Nova geração de teóricos da conspiração analisa atentados

As teorias da conspiração nada têm de novo nos Estados Unidos, onde o assassínio do presidente John Kennedy continua a suscitar inúmeros debates, mas nunca como nesta era do terrorismo o fenómeno teve tão grande intensidade.

A nova geração de teóricos da conspiração trabalha na «história secreta» do dia mais terrível de Nova Iorque, o 11 de Setembro de 2001.
Desse grupo faz parte Kevin Barrett - que garante que a casa Branca orquestrou os atentados de 2001 contra os Estados Unidos - e Steven Jones, que defende que as Torres Gémeas de Nova Iorque poderão ter-se desmoronado pela detonação de explosivos no seu interior.
Ambos podem parecer loucos mas têm experiência académica.
Barrett pretende incluir, no próximo trimestre, um curso sobre o Islão na Universidade de Wisconsin, apesar dos protestos de mais de 60 deputados estaduais que pedem a sua demissão.
Por seu lado, Jones é professor de Física na Universidade de Brigham Young (no estado do Utah) e uma figura carismática entre os pensadores do seu meio.
O cientista chegou à conclusão de que a presença de metal fundido no local das Torres Gémeas demonstra a existência de térmite, um explosivo à base de uma mistura de óxido de ferro em pó e alumínio, capaz de gerar temperaturas de mais de dois mil graus centígrados.
A térmite usa-se para soldar certos metais e também como recheio de bombas incendiárias.
A presumível presença desse componente compromete, segundo Jones, a versão oficial dos factos e sugere que alguém pode ter utilizado explosivos para derrubar as torres Gémeas.
Jones encontrou alguns partidários no mundo académico, como Judy Wood, antiga professora de Engenharia Mecânica na Universidade de Clemson (Carolina do Sul), que advoga que as Torres não poderiam desmoronar-se tão rapidamente como aconteceu, a menos que tivessem sido utilizados explosivos.
Do outro lado do debate, especialistas de renome explicam, em resposta à teoria de Jones, que o metal fundido é provavelmente alumínio dos aviões.
Contudo, esses argumentos não dissuadem os cépticos que, a um mês do quinto aniversário dos atentados contra Nova Iorque e Washington, reforçaram a sua posição criando o grupo Professores em Busca da Verdade do 11 de Setembro, que reúne uns 75 académicos.
É um pequeno grupo num país com um milhão de professores universitários - entre docentes a tempo inteiro e aqueles que regem cursos a tempo parcial - mas conta com alguns professores formados em universidades de prestígio como Princeton ou Stanford.
A missão do grupo, segundo o seu fundador, é chegar ao fundo do que aconteceu verdadeiramente a 11 de Setembro de 2001.
O que aconteceu, segundo a versão oficial aceite pela maioria, é que os Estados Unidos foram atacados por um grupo de radicais islâmicos que destruiu as Torres Gémeas.
Mas James Fetzer, um professor reformado da Universidade de Minnesota, não está convencido e sustenta, na sua página web (www.scholarsfor911truth.org) que o seu grupo detectou mais de doze irregularidades na versão do Governo.
O Executivo sustenta, por exemplo, que o fogo gerado pelos aviões foi «mais do que suficiente» para que as Torres Gémeas viessem abaixo.
Os professores dizem que o ponto de fundição do aço acontece aos 1.538 graus centígrados, 538 graus mais do que a temperatura do fogo gerado pelo combustível dos aviões, pelo que «esses incêndios não podem ter feito com que o aço se derretesse, o que implica que o aço fundido não fez com que as Torres caíssem».
Este é apenas um dos argumentos de um debate considerado por vezes como surrealista e que promete avivar-se com a proximidade do aniversário do 11 de Setembro, levando a que muitos se interroguem sobre até onde deve chegar o direito de liberdade de expressão no mundo académico.
12-08-2006 3:58:19

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