segunda-feira, setembro 18, 2006

 
Alemanha: Eleição de neonazis assusta democratas germânicos

A entrada dos neonazis do Partido Nacional Democrático (NPD) para o Parlamento Regional de Mecklemburgo- Pomerânia Ocidental (ex-Alemanha de Leste), após as eleições de domingo, foi considerada «uma catástrofe» pelas forças democráticas.

O NPD, que já está representado desde 2004 no Parlamento da Saxónia, outra região no território da extinta Alemanha de Leste, obteve 7,3% dos votos para o Hemiciclo de Schwerin, onde terá deputados pela primeira vez.
O secretário geral do Partido Social Democrata (SPD), Hubertus Heil, num comentário aos resultados eleitorais, acusou o NPD de ter «grupos de caceteiros» à imagem das SA, os célebres «camisas castanhas», grupo paramilitar ao serviço dos nazis que aterrorizou a Alemanha na época da República de Weimar e contribuiu para a chegada de Adolf Hitler ao poder, em Janeiro de 1933.
«Os criminosos de extrema-direita não devem estar no parlamento, mas sim perante o tribunal», sublinhou Heil.
O político social-democrata lembrou que durante a campanha eleitoral para o Senado de Berlim, que também foi eleito no domingo, dois militantes sociais-democratas foram agredidos por presumíveis neonazis.
Além disso, Heil acusou o NPD de ter tentado atemorizar militantes dos outros partidos durante as campanhas eleitorais em Berlim e em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, e de ter tentado impedir as respectivas actividades políticas.
O ministro-presidente de Mecklenburgo-Pomerânia Ocidental, Harald Ringstorff, do SPD, mostrou-se «horrorizado» com o êxito eleitoral do NPD na sua região, classificando a entrada dos neonazis no Hemiciclo de Schwerin como «uma catástrofe».
«Temos de fazer frente aos neofascistas com métodos democráticos e essa será a principal tarefa da nova legislatura», disse Ringstorff ao canal de televisão pública ZDF.
O político do SPD deverá manter-se no cargo por mais cinco anos, após a vitória do seu partido nas eleições de domingo, com 30,2%, apesar de ter perdido quase 10 pontos percentuais em relação às últimas eleições.
A CDU, da chanceler Angela Merkel, com 28,8%, registou o seu pior resultado de sempre nesta região, mas os neocomunistas do PDS, que integram o actual governo regional, também tiveram um revés, quedando-se pelos 16,8% nesta sua praça-forte.
O SPD terá de decidir agora se mantém a sua coligação com o PDS, com escassa maioria absoluta, ou se faz uma aliança com os democratas-cristãos, adoptando o modelo do governo central em Berlim.
Outros políticos de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, a região mais pobre da Alemanha, com apenas 67% do rendimento per capita nacional e a maior taxa de desemprego do país, 18,9%, queixaram-se de não haver um combate decidido aos neonazis, e falaram de «uma derrota para toda a sociedade», face ao resultado obtido pelo NPD.
Os serviços de inteligência regionais já tinha advertido há muito para a nova estratégia do partido neonazi, que resolveu dedicar- se cada vez mais a temas sociais, em abdicar, no entanto, do seu carácter xenófobo.
«Assim obtêm maior aceitação e uma imagem de simpatia junto da população», sublinhou o ministro do interior de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Gottfried Timm.
O cabeça de lista do NPD, Udo Past¸rs, dono de uma relojoaria na região, anunciou após o seu sucesso que irá «fazer uma dura oposição» no Hemiciclo de Schwerin.
«Iremos obrigar ao debate de temas que o governo regional quer evitar», garantiu o dirigente neofascista.
Há dois anos o NPD averbou o seu primeiro êxito no leste da Alemanha, ao conseguir eleger 12 deputados ao Parlamento Regional da Saxónia, em Dresden, resultado dos 9,2% obtidos nas eleições.

Diário Digital / Lusa
18-09-2006 16:15:00


Suécia: Confirmada vitória do centro-direita nas legislativas

A oposição de centro-direita sueca obteve 48,1% dos votos nas legislativas de domingo e venceu o sufrágio com quase mais dois pontos do que o bloco da esquerda, com 46,2%, anunciou hoje a comissão eleitoral, após a recontagem dos boletins.

O Partido Social-Democrata registou 35,2%, menos 4,8 pontos do que em 2002, seguido pelo novo Partido dos Moderados (conservador) do próximo primeiro-ministro, Frederik Reinfeldt, com 26,1%, 10,9 pontos acima dos conquistados nas anteriores legislativas.
Outros parceiros do bloco da esquerda tiveram resultados desiguais: 5,8% dos votos para o Partido da Esquerda (menos 2,6 pontos) e 5,2% para o Partido do Meio Ambiente (mais 0,6%).
Do lado da oposição, congregada na Aliança de centro-direita, o único a subir foi o Partido Centrista, que passou de 6,2% para 7,9% dos votos. O Partido Liberal ficou pelos 7,5% (menos 5,9 pontos) e o Partido Democrata-Cristão com 6,6% (menos 2,6 pontos).
A percentagem das forças políticas que não conseguiram ultrapassar a fasquia mínima de quatro por cento dos votos para obterem representação parlamentar subiu de 3,1% para 5,7%, entre elas está a ultra-direita dos Democratas da Suécia e a Iniciativa Feminista.
Dos 349 assentos do Parlamento de uma só câmara (Riksdag), a oposição detém 178 e a esquerda 171.
O Partido Social-Democrata elege 130 deputados (menos 14), o Partido Moderado 97 (mais 42), o Partido Centrista 29 (mais sete), o Partido Liberal 28 (menos 20), o Partido Democrata-Cristão 25 (menos nove), o Partido da Esquerda 22 (menos oito) e o Partido do Ambiente 19 (mais dois).
A taxa de participação foi de 80,4%, mais 1,3% do que na consulta de há quatro anos.
Reinfeldt, 41 anos, um desconhecido até há cerca de três anos, sem experiência governativa mas, afinal, capaz de reunificar a direita até agora dividida, substitui o social-democrata Goran Persson, com 57 anos e no poder desde 1996.
O primeiro-ministro assumirá funções a 5 de Outubro, após pronunciamento do hemiciclo. Persson apresentará a demissão ainda hoje, embora deva assegurar a gestão corrente do executivo até àquela data.

18-09-2006 18:17:00

Comments: Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?