quinta-feira, setembro 28, 2006

 
Brasileira condenada por chantagear juíza com vídeos de sexo

Roselane Driza, uma imigrante brasileira residente em Londres, foi hoje condenada pela justiça britânica por chantagear uma juíza inglesa, num caso que evolve sexo, vídeos, drogas e figuras mediáticas.

O processo, que já é considerado um dos maiores escândalos mediáticos do ano, envolve uma relação amorosa entre três pessoas, alegado consumo de droga por um juiz, chantagem, vídeos de sexo e imigração ilegal.
A principal protagonista é Roselane Driza, uma brasileira de 37 anos que chegou ao Reino Unido em 1998, com um visto provisório que caducava no ano seguinte.
Sem ter possibilidades de ficar no país legalmente, Roselane decidiu ignorar o visto e fixar-se no Sul de Londres, onde começou a trabalhar como empregada doméstica.
Uma das suas primeiras patroas foi a juíza que moveu esta acusação, cujo nome não pode ser revelado, uam vez que nos casos de chantagem, como este, a lei britânica protege o anonimato das vítimas.
O primeiro motivo de chantagem está relacionado com esta contratação, já que Roselane argumentou que a juíza (identificada no processo com a letra Jota) sabia que ela «era uma ilegal» e, mesmo assim, aceitou contratá-la e até terá dito que «uns amigos» iriam ajudá-la.
A magistrada, que ironicamente trabalha no Tribunal de Imigração, argumenta que nada disto se passou e que a brasileira apenas a informou que «era estudante e tinha estatuto de refugiada».
Certo é que Roselane trabalhou cinco anos para a juíza «J» e através dela conheceu o segundo autor da denúncia, o juiz Ilyias Khan, que era «amigo» da patroa e para quem a brasileira também começou a trabalhar.
Ao fim de algum tempo, de acordo com o que foi relatado no tribunal, a brasileira iniciou uma relação amorosa com o juiz e foi despedida pela juíza, que, soube-se depois, também tinha uma relação com o amigo.
Os depoimentos dos três envolvidos no caso evidenciam que um trio amoroso começou então a complicar a vida em si, com muitos ciúmes, ameaças e chantagem à mistura.
Roselanne continuou a sua relação com o juiz e foi mesmo viver para casa do magistrado, onde encontrou vídeos que, alegadamente, mostram Ilyias Khan em situações de sexo com a juíza «J» e com uma outra mulher.
Um dos vídeos mostrará também, de acordo com a arguida, imagens do magistrado a consumir cocaína.
A acusação dos dois juízes alega que Roselane chantageou ambos, com a ameaça de divulgar os vídeos e revelar publicamente o facto de a terem contratado sabendo que ela era uma imigrante ilegal.
A juíza «J» alegou que a brasileira pedia 20.000 libras (cerca de 30.000 euros) em troca do silêncio.
Roselane admitiu em tribunal que pediu essa verba à magistrada, mas alegou que apenas queria o dinheiro como indemnização pelo facto de ter sido despedida sem razão.
O tribunal criminal de Londres deu razão à juíza e condenou Roselanne por chantagem, o que lhe pode valer uma pena de prisão que será divulgada dentro de poucos dias.
A mesma queixa movida pelo juiz Ilyas Khan foi negada pelo tribunal (por isso o seu nome foi divulgado), por este entender que o queixoso «estava a beneficiar do sexo e do trabalho barato de uma imigrante ilegal».
Para chegar a esta conclusão, o tribunal utilizou o argumento, curioso, de Khan ter permitido que a brasileira vivesse em sua casa mesmo depois de apresentar a queixa contra ela.
Roselane Driza foi ainda condenada por também ter roubado os vídeos caseiros da casa do juiz, sendo que ambas as penas devem ser conhecidas nos próximos dias.
Os dois magistrados vão agora ter de enfrentar procedimentos disciplinares por parte do corpo que controla a magistratura judicial britânica, que também já confirmou que deverá abrir uma investigação ao caso.

Diário Digital / Lusa
27-09-2006 17:05:00

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