sexta-feira, outubro 06, 2006

 
Greenpeace:Bush faz mais do que Barroso pela defesa do mar

A organização ecologista Greenpeace defendeu hoje que o presidente norte-americano George W. Bush está a fazer mais do que o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, pela defesa dos ecossistemas de águas profundas.

A posição da Greenpeace, segundo a qual a Comissão Europeia deveria estar «envergonhada», é expressa num comunicado divulgado hoje em Bruxelas, no dia em que a assembleia geral das Nações Unidas começa a discutir a imposição de uma moratória à pesca de arrasto no alto mar, com vista à protecção dos fundos oceânicos.
Segundo a organização ecologista, Bush «adoptou uma posição mais firme do que a Comissão Europeia» no âmbito das discussões sobre a protecção dos ecoss istemas em mares profundos, ao defender a proibição de pesca de arrasto em todas as áreas de alto mar que não estejam actualmente protegidas e devidamente conhecidas.
Por seu turno, aponta a Greenpeace, Bruxelas sugere que apenas se proíba a pesca por arrasto nas áreas de mar profundo onde se sabe que existem habitats vulneráveis.
Os ecologistas dizem que esta posição da UE ignora conselhos do seu próprio corpo de conselheiros científicos e parece apenas querer «agradar a uma pequena secção da indústria pesqueira da Europa».
O conselheiro para a política marítima da Greenpeace na Europa, Saskia Richartz, sustenta no comunicado que «a Comissão deveria estar envergonhada» por estar atrás de Estados Unidos, Austrália e mesmo diversos Estados-membros da União Europeia, que apoiam a moratória.
A este propósito, a Greenpeace indica que 10 Estados-membros da União Europeia, entre os quais Portugal, «já manifestaram o seu apoio a uma proibição imediata, pelas Nações Unidas, de práticas de pesca destrutivas, incluindo o arrasto em águas profundas no alto mar, até que os ecossistemas marinhos vulneráveis possam ser efectivamente protegidos».
A Espanha, o país que mais arrasto de fundo pratica, é contra a implementação de uma moratória, tendo já votado contra uma anterior proposta apresentada nas Nações Unidas em 2004.
A Greenpeace sustenta que as redes de arrasto das embarcações de pesca produzem no fundo do mar o mesmo efeito que o abate de árvores numa floresta, indicando que uma só embarcação pode arrancar 4.000 quilos de esponjas, corais, peixe e outras formas de vida do fundo do mar, deixando para trás um deserto subaquático estéril.

Diário Digital / Lusa
05-10-2006 15:08:00

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