domingo, outubro 15, 2006

 
Imigrantes deixam Portugal para procurar trabalho em Espanha

Milhares de imigrantes ucranianos, brasileiros e africanos que estavam a residir em Portugal partiram nos últimos meses para Espanha, fugindo à crise económica portuguesa e procurando novas oport unidades, segundo escreve a imprensa espanhola.

A análise do fluxo é retratada em destaque na edição de hoje do jornal catalão La Vanguardia, num artigo ao longo de duas páginas intitulado «Os cayucos chegam agora de Portugal», uma referência ao fluxo de embarcações com imigrantes ilegais provenientes de África.
Segundo o jornal uma percentagem significativa dos cerca de meio milhão de imigrantes que residiam em Portugal partiu já à procura de novas paragens, sendo que a maioria ficou em Espanha.
É o caso de mais de metade da população imigrante ucraniana, de um número significativo de brasileiros e de muitos dos africanos que residiam em Portugal.
A juntar-se aos imigrantes que residiam em Portugal que já partiram para Espanha há ainda os próprios portugueses, cerca de 70 mil oficialmente, dezenas de milhar de outros através redes de recrutamento de trabalhadores, a maioria para a construção.
Evidencia-se uma crescente proliferação de engajadores, intermediários que angariam grupos de trabalhadores para os levar até Espanha e que estão neste país em contratos temporários, com salários mais baixos que os dos espanhóis.
Em alguns casos, refere o La Vanguardia, a diferença salarial pode ser de 50%.
O jornal antecipa que o que acontece agora em Portugal - onde a falta de empregos está a empurrar para o estrangeiro muitos imigrantes, incluindo regularizados - poderá ocorrer, no futuro, em Espanha.
Ramón Hernández, conselheiro de emprego da embaixada de Espanha em Portugal, refere que muitos dos imigrantes, particularmente da Europa de Leste, vive hoje situações de desespero em Portugal, com o emprego a escassear e os salários a perder poder de compra.
«A tendência crescente é irem para Espanha, onde agora sentem que há mais possibilidades de emprego», refere, apontando que desde Dezembro do ano passado, e segundo dados oficiais, mais de 24 mil ucranianos já saíram de Portugal.
Dados os paralelismos e o relacionamento evidente entre os dois países neste capítulo, a situação deverá marcar parte da agenda da próxima cimeira luso-espanhola, que decorrerá antes do final do ano.
Uma das propostas a analisar na cimeira centra-se na criação de uma bolsa de emprego comum, com as estruturas públicas de emprego dos dois países a partilhar dados quer de postos de trabalho quer de candidatos.

15-10-2006 11:59:10

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