quarta-feira, outubro 18, 2006

 
Linha Sintra: Maioria utentes agredidos não apresenta queixa

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) revelou esta quarta-feira que a maioria dos utentes vítimas de agressão na Linha de Sintra evita apresentar queixa por considerar que os agressores nunca são punidos.

Manuel Cruz, dirigente do SNTSF que, em conjunto com a Comissão de Utentes da Linha de Sintra (CULS) e a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP-PSP), convocaram para hoje uma conferência de imprensa junto à porta da estação ferroviária de Sete Rios, em Lisboa, acrescentou que o processo burocrático também afasta os utentes de apresentar queixa junto das autoridades.
«É certo que nós não pretendemos que isto se torne num Estado policial, mas deveria haver um maior policiamento, tanto dentro dos comboios, como nas próprias estações, como já houve em 1995, e que ultimamente foi retirado», afirmou Manuel Cruz, que é revisor e já foi vítima de agressão.
O dirigente do SNTSF referiu que, actualmente, «são 52 agentes para um policiamento durante 24 horas do dia, o que torna muito reduzido o policiamento efectivo dentro dos comboios».
«A CP (Caminhos de Ferro de Portugal) pretende agora que as brigadas de revisão sejam acompanhadas por brigadas policiais, mas essa situação vai acabar por nos retirar também as patrulhas dentro dos comboios, o que torna mais fácil a actuação dos grupos de assalto», acrescentou.
Segundo o SNTSF, «o Ministério da Administração Interna devia chegar a um acordo com a CP, no sentido de aumentar o efectivo policial» de modo a garantir a segurança dos utentes nesta linha.
Também Nelson Brito, da ASPP-PSP partilha deste ponto de vista, e defende «a criação de um serviço de remunerados para acompanhar os revisores».
«Colmatar a falta de efectivos com mais 10, para atingir os 62 (que era o efectivo inicial), para assim fortalecer os grupos, para que os utentes não pensem que não há polícias» é a solução apontada por Nelson Brito, que reiterou: «os polícias existem, mas em número insuficiente para colmatar as falhas existentes».
«Tem que haver por parte do poder político, nomeadamente do ministro dos Transportes, a preocupação de reforçar os meios humanos» na Linha de Sintra, defendeu por seu lado Rui Ramos, porta-voz da CULS.
Assaltos e agressões dentro e fora dos comboios a revisores e outros profissionais ferroviários, o uso de armas brancas, bastões e outros tipos de violência física, bem como o aumento do número de gangs organizados são as principais queixas que estão na origem desta acção.

Diário Digital / Lusa
18-10-2006 18:54:09

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