segunda-feira, janeiro 15, 2007
UE: Grupo de extrema-direita do PE criado oficialmente
O novo grupo de extrema-direita do Parlamento Europeu, «Identidade, Tradição, Soberania» (ITS), foi oficialmente criado esta segunda-feira, anunciou o presidente cessante do PE, Josep Borrell.
Este grupo, que «modifica um pouco a geografia política do nosso Parlamento, respeita as condições previstas» pelo regulamento, nomeadamente, o limiar de 20 eleitos oriundos de cinco diferentes países, declarou hoje Borrell, na abertura da sessão plenária, em Estrasburgo, França.
O grupo é composto por sete franceses da FN, entre os quais o seu presidente, Jean-Marie Le Pen e a sua filha Marine Le Pen, cinco romenos do partido da Grande Roménia de Corneliu Vadim Tudor, três belgas do partido flamengo Vlaams Belang, entre os quais o seu presidente, Franck Vanhecke, pelo austríaco do FPO, Andreas Mölzer, pelo britânico Ashley Mote, por um búlgaro do partido Ataka, e por dois italianos, entre os quais Alessandra Mussolini, neta do antigo ditador Benito Mussolini.
Perante os eurodeputados reunidos em plenário, o presidente do grupo socialista Martin Schulz pôs imediatamente em causa a «legitimidade» deste novo grupo e manifestou dúvidas sobre se respeita de facto o regulamento do Parlamento, que estipula que um grupo parlamentar deve ter uma visão política comum.
Contudo, Borrell recusou o pedido de Schulz de um exame da legitimidade do novo grupo, notando que os 20 membros tinham assinado uma «declaração política».
Segundo esta declaração, o grupo terá por princípios, nomeadamente, o «reconhecimento dos interesses nacionais, das soberanias, das identidades e das diferenças», o compromisso a favor dos valores cristãos e da família tradicional, e a oposição a uma Europa «unitária, burocrática e a um super-Estado europeu».
O francês Bruno Gollnisch, presidente do novo grupo ITS, denunciou, por seu turno, a atitude de Schulz.
«Por favor, senhor Schulz, não assuma o papel de mau ao querer vexar um grupo minoritário», declarou, no plenário.
Gollnisch, antes do início da sessão, manifestou a esperança de que a criação do novo grupo tenha um efeito «catalizador».
«Muitos colegas dizem em privado que partilham as nossas ideias, mas hesitam em dar esse passo», sublinhou.
Diário Digital / Lusa
15-01-2007 19:31:00
