domingo, fevereiro 04, 2007

 
Gripe das aves: quase 1000 portugueses trabalham em Holton

O complexo aviário do leste de Inglaterra onde foi confirmada a presença do vírus H5N1 da gripe das aves tem quase mil trabalhadores portugueses, revelou um responsável sindical da região.

Adriano Guedes, o responsável sindical que representa os trabalhadores portugueses na região, disse à agência Lusa, no sábado, que há milhares de portugueses naquela região, mas na exploração em questão o número ultrapassa ligeiramente os 900.
«Ainda estamos a tentar avaliar a situação e a falar com as pessoas todas, mas é evidente que as notícias nos preocupam e vamos fazer tudo para ajudar os trabalhadores a receber boa informação sobre as condições de trabalho e de saúde», disse. A Lusa falou também com um dos funcionários da fábrica, Joaquim Marques, que se mostrou apreensivo pela falta de informação aos trabalhadores.
«A situação só nos foi comunicada na sexta-feira à noite, no final do turno. Contaram-nos mais ou menos o que aconteceu e o que estavam a pensar que ia acontecer. Mas acho que ainda não esperavam que fosse isto», afirmou.
Até agora, Joaquim Marques diz que tanto ele como a maioria dos colegas só receberam informação relacionada com o trabalho.
«Mandaram-nos uma mensagem a pedir que nos apresentássemos na outra fábrica da empresa, tanto amanhã [domingo] como na segunda. Mas ainda não nos disseram nada sobre a saúde. Acho que só comunicaram isso aos colegas que trabalham com os animais vivos», avançou.
De acordo com este funcionário, há já bastante receio entre os trabalhadores. «Há medo claro, sobretudo das pessoas que estão em contacto directo com os animais, mas acho que muitas dessas já tem exames marcados», acrescentou.
Na cidade de Great Yarmouth, onde vive grande parte dos trabalhadores da fábrica de Holton, uma empregada do café português da localidade foi testemunha deste mesmo receio.
«As pessoas estavam com muito medo, sem dúvida. Muitos diziam que queriam ir ao médico, sobretudo os que têm filhos e que não conhecem as consequências deste vírus. Toda a gente queria ver a televisão e informar-se», explicou Susana Alves, que também já trabalhou na fábrica de Holton.
«Hoje vieram muitos até aqui ao café. Disseram que os responsáveis da fábrica estavam a ligar às pessoas e a oferecer 20 libras por hora [30 euros] a quem quisesse ir lá trabalhar na remoção dos perus mortos, por ser um trabalho de risco», disse ainda.

Diário Digital / Lusa
04-02-2007 0:18:24

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