quinta-feira, março 15, 2007

 
Isaltino pede fim de colaboração de líder PSD com Atlântica

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, defendeu hoje a suspensão da colaboração da presidente da distrital do PSD de Lisboa, enquanto advogada, com a Universidade Atlântica, participada em 49% pela autarquia.

«Quinta-feira vou falar com o presidente da Ensino, Investigação e Administração, SA [EIA, entidade que gere a Universidade Atlântica] para transmitir o meu desagrado com a manutenção da colaboração» da líder social-democrata Paula Teixeira da Cruz, disse o presidente do município de Oeiras.
Isaltino Morais, que em Agosto de 2005 pediu a suspensão da militância no PSD, depois de o partido não ter apoiado a sua recandidatura à autarquia de Oeiras, solicitou ao presidente da EIA, Artur Torres Pereira, informações sobre os serviços prestados à universidade pela líder da distrital de Lisboa do PSD, enquanto advogada, noticiou terça-feira o Correio da Manhã.
De acordo com o jornal, Teixeira da Cruz recebeu um total de 139.410 euros entre 2001 e 2007 a «título de honorários por serviços de assessoria jurídica e de mandato judicial».
Em declarações à Lusa, o autarca independente defendeu que Paula Teixeira da Cruz «já deveria» ter tomado a iniciativa de se desvincular da Universidade Atlântica.
«Fazia todo o sentido que a doutora Paula Teixeira da Cruz se desvinculasse«, sustentou.
Isaltino Morais acusa a responsável do PSD de »impedir os vereadores do PSD na Câmara de Oeiras de aceitarem pelouros« e de »criticar os vereadores do PS por terem aceite pelouros«.
«Mas a ela não lhe repugna receber milhares de euros em honorários de uma empresa que é tutelada pela Câmara de Oeiras», o que o autarca considerou «lamentável».
Para Isaltino Morais, «a actual ligação de Paula Teixeira da Cruz com a Universidade Atlântica contraria as suas permanentes acusações e insinuações, devendo a presidente da distrital do PSD/Lisboa confrontar os apelos à ética que tem feito com os seus próprios comportamentos, cessando a actual colaboração com a Universidade Atlântica».
Teixeira da Cruz «tem invocado uma determinada ética, que afinal é só retórica», sustentou.
Isaltino salientou ainda que será realizada uma «auditoria adequada» aos «honorários chorudos» de Teixeira da Cruz, alegando que «houve uma subida exponencial» nos pagamentos.
O autarca referiu ainda que a advogada «mantinha até hoje uma colaboração regular e remunerada desde que Marques Mendes [presidente do PSD] era presidente daquela instituição».
Confrontada com as declarações do autarca de Oeiras, Paula Teixeira da Cruz sublinhou que «a EIA não é uma empresa tutelada, mas uma sociedade anónima» e recordou que «a Câmara de Oeiras não é sequer sócia maioritária» da instituição.
«A EIA é uma instituição completamente diferente da câmara de Oeiras«, disse.
A líder social-democrata adiantou ser advogada da universidade desde 2000, em declarações à Lusa.
«Não tenho nenhum vínculo formal, nenhuma avença ou prestação de serviços. Quando a universidade entende que precisa dos meus serviços, contrata-me», sustentou Teixeira da Cruz.
A responsável do PSD disse que não comenta as declarações de Isaltino Morais, por ter um «dever de reserva» enquanto advogada da instituição.
Quanto ao pedido de Isaltino sobre os seus honorários, Paula Teixeira da Cruz referiu que «tudo é transparente» e considerou que «todas as auditorias são bem-vindas».
«Há uma utilização em função de um fim político e eu não estou aqui com um fim político«, acrescentou.

Diário Digital / Lusa
14-03-2007 20:22:00

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