sexta-feira, março 02, 2007
Venezuela: Hugo Chávez lança brigadas socialistas
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, exortou esta sexta-feira mais de 10.200 participantes na «jornada nacional de moral e luzes» a espalharem o socialismo no país e negou pretender perpetuar-se no poder e instalar uma ditadura na Venezeula.
Num discurso em Caracas, Chávez acusou a oposição de recordar uma frase de Simón Bolívar sobre «deixar muito tempo um homem no poder» para garantir que a reforma constitucional em curso não tem esse objectivo.
«Temos outro conceito do poder, estamos muito longe de concentrar o poder num só homem. Pusemos em marcha mecanismos de redistribuição do poder às comunidades, ao povo organizado», afirmou.
Hugo Chávez falava durante a cerimónia de juramento de mais de 10.200 elementos das brigadas da «jornada nacional de moral e luzes», que teve lugar no Teatro Teresa Carreño, em Caracas, evento que foi transmitido em directo, de maneira obrigatória, pelas rádios e televisões do país.
Explicou que «em muitos países do mundo existe a figura de reeleição presidencial indefinida», conceito que passará a fazer parte da reforma Constitucional que se prevê será submetida a referendo popular em Agosto de 2007.
«Não é uma ditadura. Aqui haverá eleições permanentes e será o povo quem decide (...). Estamos a criar a nossa nova democracia socialista», disse.
A 10 de Janeiro, perante a Assembleia Nacional, o presidente da Venezuela defendeu «a reeleição presidencial indefinida» como um passo importante para avançar na construção de «uma pátria nova» socialista.
Reeleito em 3 de Dezembro de 2006 para um terceiro mandato presidencial (2007-2013) com 63% dos votos, Hugo Chávez explicou que a «nova era socialista» terá «cinco motores: a Lei Habilitante, a reforma da Constituição, uma jornada nacional moral, uma nova geometria do poder e a explosão do poder comunal ou poder popular».
Na cerimónia de hoje, Chávez instou os primeiros 10.289 elementos das brigadas da «jornada nacional de moral e luzes» a defenderem a independência nacional e a lutarem contra a «tirania do capitalismo».
Jurando dedicar a sua vida «a contribuir para forjar uma pátria socialista e bolivariana», Chávez disse que a Venezuela iniciou hoje uma nova etapa.
«Vão ser 14 anos de batalha para que em 2021 tenhamos a pátria levantada», disse.
As novas brigadas integram civis de diferentes estratos sociais e cadetes da Academia Militar, da Escola Naval e da Escola de Aviação, que vão ser instruídos em aspectos relacionados com os valores e princípios sociais para a construção do socialismo do século XXI.
Vão também receber noções e debater aspectos relacionados com a defesa e segurança da nação, ética nos meios de comunicação social e poder popular.
«Esta missão cívico-militar deve expandir-se por todo o território. Toda a pátria será uma escola (...). Agora começamos a sério e não podemos fracassar. Temos que avançar para uma segunda independência», disse Hugo Chávez.
Instou os elementos das brigadas a «ir debilitando e desmoronando os valores capitalistas que estão profundamente arreigados» na população venezuelana e advertiu que «a batalha é dura».
«É a batalha dos valores positivos [socialistas] contra os valores do capitalismo», frisou.
«Metam-se em toda a parte, pelos bairros, quartéis, nos campos, e vão formando outros brigadistas», exortou, pedindo que os elementos das brigadas convertam os locais de trabalho, as salas de aula, as paradas dos quartéis e as oficinas numa escola socialista.
Defendeu também uma nova norma para as Forças Armadas Venezuelanas que inclua a actividade de formação de «moral e luzes socialistas».
Defendeu ainda que nas empresas privadas e públicas, «dentro da jornada laboral», se «inclua várias horas para que os trabalhadores se reúnam» para debater pensamentos socialistas.
«Podem ser quatro horas semanais, divididas ou concentradas diariamente numa só jornada», sugeriu.
Diário Digital / Lusa
02-03-2007 20:27:00
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, exortou esta sexta-feira mais de 10.200 participantes na «jornada nacional de moral e luzes» a espalharem o socialismo no país e negou pretender perpetuar-se no poder e instalar uma ditadura na Venezeula.
Num discurso em Caracas, Chávez acusou a oposição de recordar uma frase de Simón Bolívar sobre «deixar muito tempo um homem no poder» para garantir que a reforma constitucional em curso não tem esse objectivo.
«Temos outro conceito do poder, estamos muito longe de concentrar o poder num só homem. Pusemos em marcha mecanismos de redistribuição do poder às comunidades, ao povo organizado», afirmou.
Hugo Chávez falava durante a cerimónia de juramento de mais de 10.200 elementos das brigadas da «jornada nacional de moral e luzes», que teve lugar no Teatro Teresa Carreño, em Caracas, evento que foi transmitido em directo, de maneira obrigatória, pelas rádios e televisões do país.
Explicou que «em muitos países do mundo existe a figura de reeleição presidencial indefinida», conceito que passará a fazer parte da reforma Constitucional que se prevê será submetida a referendo popular em Agosto de 2007.
«Não é uma ditadura. Aqui haverá eleições permanentes e será o povo quem decide (...). Estamos a criar a nossa nova democracia socialista», disse.
A 10 de Janeiro, perante a Assembleia Nacional, o presidente da Venezuela defendeu «a reeleição presidencial indefinida» como um passo importante para avançar na construção de «uma pátria nova» socialista.
Reeleito em 3 de Dezembro de 2006 para um terceiro mandato presidencial (2007-2013) com 63% dos votos, Hugo Chávez explicou que a «nova era socialista» terá «cinco motores: a Lei Habilitante, a reforma da Constituição, uma jornada nacional moral, uma nova geometria do poder e a explosão do poder comunal ou poder popular».
Na cerimónia de hoje, Chávez instou os primeiros 10.289 elementos das brigadas da «jornada nacional de moral e luzes» a defenderem a independência nacional e a lutarem contra a «tirania do capitalismo».
Jurando dedicar a sua vida «a contribuir para forjar uma pátria socialista e bolivariana», Chávez disse que a Venezuela iniciou hoje uma nova etapa.
«Vão ser 14 anos de batalha para que em 2021 tenhamos a pátria levantada», disse.
As novas brigadas integram civis de diferentes estratos sociais e cadetes da Academia Militar, da Escola Naval e da Escola de Aviação, que vão ser instruídos em aspectos relacionados com os valores e princípios sociais para a construção do socialismo do século XXI.
Vão também receber noções e debater aspectos relacionados com a defesa e segurança da nação, ética nos meios de comunicação social e poder popular.
«Esta missão cívico-militar deve expandir-se por todo o território. Toda a pátria será uma escola (...). Agora começamos a sério e não podemos fracassar. Temos que avançar para uma segunda independência», disse Hugo Chávez.
Instou os elementos das brigadas a «ir debilitando e desmoronando os valores capitalistas que estão profundamente arreigados» na população venezuelana e advertiu que «a batalha é dura».
«É a batalha dos valores positivos [socialistas] contra os valores do capitalismo», frisou.
«Metam-se em toda a parte, pelos bairros, quartéis, nos campos, e vão formando outros brigadistas», exortou, pedindo que os elementos das brigadas convertam os locais de trabalho, as salas de aula, as paradas dos quartéis e as oficinas numa escola socialista.
Defendeu também uma nova norma para as Forças Armadas Venezuelanas que inclua a actividade de formação de «moral e luzes socialistas».
Defendeu ainda que nas empresas privadas e públicas, «dentro da jornada laboral», se «inclua várias horas para que os trabalhadores se reúnam» para debater pensamentos socialistas.
«Podem ser quatro horas semanais, divididas ou concentradas diariamente numa só jornada», sugeriu.
Diário Digital / Lusa
02-03-2007 20:27:00