quinta-feira, abril 12, 2007

 
Sexta-feira 13: Um dia de azar, de sorte e de muitos avisos

Dona Dores, uma bruxa/vidente de Barcelos, estava sozinha na cozinha, a descascar batatas, com o fogão desligado e, de repente, diz que ouviu uma voz forte que lhe dizia «sai daí». Pouco depois, houve uma explosão. Era sexta-feira 13.

«Ao primeiro "sai daí", não liguei. A voz, cada vez mais forte, repetiu o aviso, mas continuei sem ligar. Ao terceiro, assustei-me e fugi. Ainda não tinha passado a porta e aconteceu uma brutal explosão na cozinha, só se via vidro e alumínio pelos ares. Se não tivesse fugido tão depressa, morria», afirma.
A sexta-feira 13 é, para Dona Dores, um dia «muito forte», que lhe merece «muito respeito» e que leva «muito a sério».
«Para mim, tem sido um dia ao mesmo tempo de azar e de sorte. De azar porque tenho tido grandes prejuízos materiais. De sorte porque, apesar de muitos sustos, continuo viva», refere aquela que é uma das mais conhecidas bruxas do Norte de Portugal.
Noutra sexta-feira 13, Dona Dores foi «fazer um trabalho» ao monte de Carapeços, em Barcelos, e o jipe em que seguia ficou «empancado» em cima de um eucalipto que estava atravessado no caminho.
«O jipe e o eucalipto descaíram até pertinho de uma enorme ribanceira, tendo, como que por milagre, sido amparado por um pinheiro. As pessoas que seguiam comigo tentaram por todos os meios remover o jipe, mas nada. Eu disse-lhes para terem calma e para esperarem pelas badaladas da meia-noite», descreve.
«Fui à encruzilhada, pedi ajuda às minhas entidades e mal o sino deu a meia-noite o jipe saiu dali, como se estivesse numa qualquer auto-estrada», acrescenta.
Outra sexta-feira 13, outro relato de azar e de sorte na vida desta bruxa, que nesse dia decidiu ir fazer um defumadouro à casa de um cliente apesar de escutar uma voz que constantemente lhe dizia «não vás, não vás».
«No regresso a casa, quando entro num carro que estava estacionado na garagem, engatado em primeira e com o travão de mão em cima, este começa a deslizar em marcha- atrás e a toda a velocidade pela rampa abaixo, parecia que alguém com muita força o estava a empurrar. Mais uma vez, não morri porque não calhou», salienta.
Num outro dia com aquela «combinação mágica», Dona Dores voltou a ignorar a voz que lhe pedia insistentemente para não ir e foi ao encontro de um dos seus ex-maridos, que lhe ligara dizendo que estava muito doente e a pedir ajuda.
«Fui lá e o que é que aconteceu? Parei o carro, saí e deparei-me com ele podre de bêbedo. Rasgou-me o vestido todo, só eu sei o que passei. E tudo isto porquê? Porque não quis saber daquela voz amiga, que me avisou do perigo», diz.
Por isso, agora, Dona Dores garante que sempre que ouve a tal voz, «acabou».
Para esta sexta-feira, dia 13, a bruxa tinha prevista uma deslocação a Coimbra, para assistir alguns clientes, mas já cancelou tudo, porque algo lhe diz que «as coisas não iriam correr bem».
Desta vez, Dona Dores não ouviu as tais vozes, mas sonhou com gatos pretos, «o que simboliza traição», e com gatos amarelos, «sinónimo de acidente ou tragédia».
«Tenho recebido nos últimos tempos algumas ameaças de morte, através de chamadas anónimas e de mensagens no telemóvel, e tenho que ter cuidado. Esta sexta-feira 13, acho que vou ficar por casa», garante.

Diário Digital / Lusa
12-04-2007 11:15:00

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