quarta-feira, abril 11, 2007

 
UnI: Há interesses que querem calar a verdade

A Universidade Independente (UnI) denunciou hoje a existência de «interesses» que querem encerrar a instituição de forma a «calar a verdade e enterrar o passado para que nada se descubra».

Numa carta aberta ao ministro do Ensino Superior assinada pelo corpo directivo, reitoral, docente e administrativo da universidade, os signatários afirmam ter sido «surpreendidos pela profundidade das ligações e das implicações» em torno da polémica que envolve a instituição.
«Hoje vemos que existem muitos interesses que procuram encerrar a nossa instituição de forma a calar a verdade e enterrar o passado. Para que nada se descubra», acusam.
A Agência Lusa tentou contactar a assessora da UnI para esclarecer a quem se referem estas acusações, mas Maria João Barreto esteve incontactável.
Na missiva, os responsáveis afirmam-se ainda vítimas de pessoas que «querem apenas acertar contas», usando a UnI como «arma de arremesso».
Alvo das acusações da Independente são também outros estabelecimentos de ensino superior privado, que a universidade considera não terem adoptado uma postura correcta no caso.
«Lamentável é vermos numa situação de ataque ao ensino superior privado (...) que os demais parceiros não tenham uma postura correcta e se digladiem por um punhado de alunos», afirmam.
Salientando o «prestígio» da instituição ao longo dos seus 13 anos de existência, os signatários afirmam ter sido a gestão danosa da SIDES (empresa proprietária) que «acabou por afectar a universidade».
«Foi necessário expor a situação. Foi necessário acabar com a delapidação da nossa instituição, que a própria justiça reconheceu», lamentam.
Apesar da polémica e da emissão pelo ministro de um despacho provisório de encerramento compulsivo da universidade por «manifesta degradação pedagógica», os responsáveis acreditam que é possível ultrapassar a situação, alegando que há uma nova equipa dirigente, um corpo docente credível, colaboradores empenhados e boas instalações.
«Acreditamos e continuamos a trabalhar activamente na reposição da normalidade, da verdade e da transparência», conclui o documento.
De acordo com a lei, a UnI tem dez dias úteis para contestar o despacho de encerramento compulsivo anunciado segunda-feira pelo ministro Mariano Gago.
A polémica em torno da Independente atingiu o primeiro-ministro, José Sócrates, cuja licenciatura na instituição foi questionada pela oposição, na sequência de notícias publicadas na imprensa que denunciaram falhas e contradições no seu percurso académico, como equivalências não assinadas e sem carimbo e discrepâncias entre as notas constantes da pauta e as que figuram no certificado de habilitações.
A controvérsia foi ainda alimentada pelo facto de o seu diploma ter sido emitido a um domingo, existindo também dúvidas e contradições quanto aos docentes que leccionaram as cadeiras alegadamente frequentadas por José Sócrates.

Diário Digital / Lusa
10-04-2007 18:24:03

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