terça-feira, maio 08, 2007

 
Bruxelas acredita que projecto Galileu é inviável

A Comissão Europeia (CE) afirmou esta segunda-feira que o actual plano para pôr em marcha o sistema europeu de navegação por satélite Galileu «poderá não funcionar» e acredita ser necessário esboçar de novo o projecto.

Esta é a convicção do porta-voz dos Transportes da Comunidade Europeia, Michele Cercone, tornada pública dois dias antes de terminar o prazo dado às oito empresas do consórcio encarregue de desenvolver o sistema para superarem as desavenças e desbloquearem o projecto que dotaria a Europa do seu próprio sistema de navegação por satélite.

As dúvidas sobre a rentabilidade do projecto, surgidas no seio do consórcio, ameaçam retardar o desenvolvimento do Galileu para além de 2013, ano em que deveria estar totalmente operativa a rede de 30 satélites que compõe o sistema.

Por este motivo, no passado mês de Março, a Comissão Europeia deu um prazo de dois meses, até 10 de Maio, para o consórcio encarregue do projecto superar o impasse nos trabalhos do sistema de navegação europeu.

«Dois dias antes de terminar o prazo dado às empresas do consórcio, consideramos que o actual cenário poderá não resultar» - afirmou Cercone.

O porta-voz recordou que após conhecer a resposta do consórcio, o Comissário dos Transportes, Jacques Barrot, apresentará à Comissão Europeia poucos dias depois, a 16 de Maio, a sua análise sobre a situação e as possíveis alternativas para relançar o projecto.

«Sem prejudicar o resultado da primeira reunião de comissários, constatamos que é necessário voltar a analisar o projecto para gerir melhor o calendário e obter a melhor rentabilidade do financiamento», disse Cercone.

Em conferência de imprensa paralela à da Comissão Europeia, o ministro dos Transportes alemão, que preside este semestre ao Conselho da União Europeia neste domínio, Wolfgang Tienfensee, reconheceu que não há grandes esperanças de alcançar, actualmente, algum resultado nas negociações com o consórcio.

Tienfensee afirmou que no actual debate para relançar o projecto se baralha uma combinação de capital público e privado.

Com esta combinação, a participação do capital público quer concentrar-se na fase de desenvolvimento da rede de satélites e a iniciativa privada na fase operativa posterior do sistema.

A presidência alemã da União Europeia fixa como prazo a reunião do próximo mês de Junho dos ministros do transporte dos 27 para obter um acordo que relance o Galileu.

Tienfensee recordou que se trata do «projecto tecnológico mais importante» para a União Europeia e enfatizou que o Galileu, além de ter uma finalidade civil é «absolutamente necessário» para que a Europa não dependa do sistema norte-americano GPS (de origem militar) em domínios «tão cruciais» como o transporte aéreo, marítimo e terrestre.

O ministro alemão afirmou que o objectivo é começar tão rápido quanto possível o desenvolvimento da rede de satélites para ser capaz de manter o ambicioso plano para completar a operação em 2012, cumprindo assim os prazos marcados.

Diário Digital / Lusa

07-05-2007 19:57:00


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