segunda-feira, maio 14, 2007

 
Israel assinala 40 anos de soberania sobre Jerusalém oriental

Israel assinala a partir de hoje o 40º aniversário da «reunificação de Jerusalém» com uma sessão especial do Parlamento, lamentando o boicote do corpo diplomático às cerimónias.

Israel conquistou e anexou de imediato o sector oriental árabe de Jerusalém durante a guerra israelo-árabe de Junho de 1967.

Proclamou depois que o conjunto da cidade era a sua «capital eterna e indivisível» através de uma lei fundamental do Parlamento de 30 de Julho de 1980.

«Temos o mandato e a obrigação de desenvolver a cidade e reforçar o seu estatuto de capital», declarou o primeiro-ministro Ehud Olmert no Parlamento, enumerando uma série de medidas, nomeadamente orçamentais, tomadas domingo pelo seu governo para o desenvolvimento de Jerusalém.

«Após 40 anos de reunificação, gostaríamos de ver uma cidade que, em lugar de criar conflitos, os resolve, uma cidade que deixe de ser um terreno de confrontos sangrentos e se torne um local de concórdia e entendimento», prosseguiu Olmert, antigo presidente da Câmara de Jerusalém.

Mais agressivo, o líder da oposição, Benjamin Netanyahu (direita), atacou os representantes do corpo diplomático, que não assistiram à sessão do Knesset.

«Quando o rei David decidiu fazer de Jerusalém a sua capital, há 3.000 anos, a maioria das nações do mundo e, nomeadamente, as que não estão hoje aqui representadas, ainda não existiam», declarou o antigo primeiro-ministro.

«Não há um Estado de Israel sem Jerusalém», sublinhou por seu turno David Ben Gurion.

Os embaixadores dos Estados Unidos e da União Europeia indicaram que não participariam, nem na sessão plenária de hoje do Parlamento, nem nas cerimónias oficiais do «Dia de Jerusalém», na quarta-feira.

Segundo eles, o estatuto de Jerusalém deve ser fixado no quadro de uma solução permanente para o conflito israelo-palestiniano, sendo entretanto necessário preservar o statu quo, de acordo com o direito internacional sobre os territórios ocupados.

Os palestinianos, por sua vez, ambicionam fazer de Jerusalém oriental a capital do seu futuro Estado. A esplanada das Mesquitas (do Rochedo e de Al-Aqsa), construída no local do antigo Templo judeu de Salomão, é o terceiro lugar sagrado do Islão.

Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita «lamenta» o boicote dos Estados Unidos e UE à sessão solene do Parlamento.

A chefe da diplomacia israelita, Tzipi Livni, subiu mesmo o tom, ao afirmar que «é impossível romper o laço que une Israel e todo o povo judeu a Jerusalém, pois isso não depende da comunidade internacional».

Segundo um comunicado de um colectivo de organizações de esquerda israelita, os bairros habitados maioritariamente por palestinianos são «deliberadamente negligenciados e marginalizados há 40 anos» pelas autoridades israelitas.

Israel construiu 12 bairros no sector oriental, aí instalando cerca de 200.000 judeus, sem contudo conseguir ganhar decisivamente «a batalha demográfica».

Desde 1967, a população árabe aumentou 257 por cento, passando de 68.000 para 245.000 pessoas, enquanto os habitantes judeus conheceram uma subida de 140 por cento, de 200.000 para 475.000.

Segundo as projecções demográficas, os judeus não representarão mais de 60 por cento da população até 2020, contra os actuais 66 por cento.

Segundo estatísticas publicadas hoje, com 720.000 habitantes, «Jerusalém é a mais pobre cidade de Israel» e 17.200 dos seus habitantes optaram por deixá-la em 2006.

Para inverter este fluxo negativo, o governo decidiu injectar 1.400 milhões de dólares (1.030 milhões de euros) num plano de desenvolvimento de Jerusalém.

Diário Digital / Lusa

14-05-2007 17:54:00


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