domingo, maio 13, 2007
O arqueólogo norte-americano destacou que os restos mortais são, provavelmente, de um membro da estrutura política da dinastia maia, embora se desconheça se terá sido governante ou sacerdote.
O arqueólogo tornou públicos alguns detalhes da descoberta de sexta-feira em Copán, na presença do ministro da Cultura, Artes e Desporto das Honduras, Rodolfo Pastor, e do director do Instituto de Antropologia e História das Honduras, Darío Euraque, além de outras autoridades.
O investigador adiantou que junto aos restos mortais foi encontrado um colar de jade, simbólico do «nível de controlo dos maias sobre os recursos» e com um «grau de arte esplêndido».
Além destes achados, foram ainda encontrados sete vasos, «incrivelmente raros, uma vez que foram fabricados especificamente para o enterro» e que «têm um rebordo de hieróglifos falsos, ou seja, a gramática não coincide com a escrita dos antigos maias», adiantou.
Três conchas do mar estavam colocadas em forma de «um mapa do cosmos», adiantou Maca, da Universidade de Colgate, nos Estados Unidos, que fez a descoberta em 2005, embora o Instituto de Antropologia e História das Honduras apenas tenha feito o anúncio da descoberta esta sexta-feira, através de comunicado.
O enterro data, provavelmente, do ano 650 depois de Cristo, segundo os arqueólogos.
O túmulo I foi descoberto no sector do «El Bosque», dentro do Parque Arqueológico de Copán, tendo o Instituto destacado que «é considerado como uma das mais ricas construções encontradas neste local».
O Instituto manifestou que, «estando situado neste distinto complexo arquitectónico, é razoável acreditar que o túmulo corresponde a um importante membro da família real» dos maias que habitaram em Copán.
A descoberta foi feita durante os trabalhos inseridos no Projecto Arqueológico de Planificação da Antiga Cidade de Copán (PAPAC), entregue à equipa de Allan Maca. De acordo com o Instituto, o túmulo manter-se-á fechado para conservação e protecção.
Este túmulo foi o achado mais importante registado nos últimos anos no parque maia de Copán, situado a cerca de 480 quilómetros a oeste de Tegucigalpa.
Entre as descobertas anteriores figuram, em Agosto de 2000, um túmulo com os restos mortais de um governante maia, Yax K´uk Mo'o (Quetzal Guacamayo) e, em 1989, o Templo de Rosalila.
Nas Ruínas de Copán existem numerosas estelas, pirâmides, altares e o texto pré-colombiano mais extenso da América, entre outros vestígios maias.
A civilização maia estendeu-se por cerca de 324.000 quilómetros quadrados entre o México, Belize, Guatemala, Honduras e El Salvador e teve a sua época de ouro entre os anos de 250 e 900 depois de Cristo.
Diário Digital / Lusa
13-05-2007 11:15:00