terça-feira, maio 22, 2007

 
UE/Constituição: Prodi ameaça com uma Europa a 2 velocidades

O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, ameaçou hoje formar uma Europa «a duas velocidades», com um grupo de países na «vanguarda» da construção europeia, se os 27 não chegarem a um compromisso «elevado» sobre a actual crise institucional.

«A Itália sabe bem que um compromisso não é um fim em si. E se esse compromisso não nos convencer, não o aceitaremos», declarou Prodi perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

«Nesse momento, uma vanguarda de países poderia revelar-se a melhor maneira de continuar na via de uma união cada vez mais estreita, desde que permanecesse sempre aberta a porta para os que quisessem juntar-se-lhe mais tarde», acrescentou.

«Penso que não é absolutamente necessário avançarmos todos em conjunto, à mesma velocidade», prosseguiu, sublinhando que o seu país, que ratificou a Constituição europeia, pretendia um «compromisso elevado» e não um «alinhamento por baixo, uma corrida ao mais pequeno denominador comum«.

Não citou contudo quaisquer países com os quais essa «vanguarda» poderia ser constituída, admitindo apenas que, «sem a França, é muito difícil ir em diante».

Sem identificar ninguém, advertiu «contra alguns apelos ao realismo, típicos das vésperas de um Conselho europeu importante, que vão na direcção de compromissos por baixo».

Prodi criticou recentemente a proposta do novo presidente francês, Nicolas Sarkozy, de um tratado simplificado.

A presidência alemã da UE espera que os 27 cheguem a um acordo na cimeira europeia de 21 e 22 de Junho sobre o que deve ser renegociado na Constituição e de que maneira.

O chefe do governo italiano recordou que as «escolhas políticas mais significativas da Europa, como o euro, a criação do espaço Schengen», tinham já seguido o modelo de uma Europa a duas velocidades, com alguns Estados membros a permanecerem de fora.

O antigo presidente da Comissão Europeia declarou-se contudo «pronto» a renunciar aos símbolos da bandeira e do hino europeus.

«Para mim, é muito importante, mas estaria pronto a renunciar a essas coisas, a contragosto, é claro, desde que não se toque nos elementos fundamentais sobre os quais se não pode ceder», como o ministro dos Negócios Estrangeiros, adiantou.

Em Berlim, entretanto, o primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, declarou-se hoje favorável a um «tratado mais curto» para sair da crise sobre a Constituição europeia, após um encontro com a chanceler alemã Ângela Merkel.

Segundo ele, «uma solução poderia ser um tratado mais curto, que emende os tratados existentes e se concentra nos elementos essenciais».

Declarou-se contudo «reticente quanto à reabertura das negociações».

«Defendemos um processo rápido», acrescentou, visando uma saída da crise até ao final do ano, ou seja, no fim da presidência portuguesa da UE.

Ângela Merkel tenciona apresentar um «roteiro» sobre a Constituição na Cimeira europeia de 21 e 22 de Junho em Bruxelas.

O projecto de Constituição europeia está num impasse desde o «não» dos franceses e holandeses, em 2005, num referendo sobre o tratado constitucional proposto pelos dirigentes da Europa dos 15.

Diário Digital / Lusa

22-05-2007 19:50:00


Comments:
Prodi, enquanto Presidente da Comissão, foi pródigo nos disparates.
Agora como Primeiro Ministro de Itália parece continuar na mesma.
A Itália está numa situação económica muito má e o problema do tratado é provavelmente o menor dos seus problemas.
 
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