sábado, junho 02, 2007
«Participar num governo cuja política contraria frontalmente o manifesto do PEE já não é uma escolha táctica, é uma traição aos outros partidos que se envolveram neste projecto», defendeu João Delgado, delegado de Braga, subscritor da moção C, que representa o grupo Ruptura-FER, independentes e sindicalistas.
João Delgado argumentou que Fausto Bertinotti, líder da Refundação Comunista italiana, partido importante no Partido da Esquerda Europeia, «conduziu o seu próprio partido para a participação num governo cúmplice com a NATO os EUA nas suas aventuras imperialistas».
Por isso, a moção C entende que o BE devia «sair e levantar a bandeira» contra «a conivência com a social-democracia capitalista», defendeu João Delgado, frisando que «não é só [o eurodeputado do BE] Miguel Portas que está no executivo do PEE» mas todo o Bloco.
No plano nacional, a moção C, que elegeu cerca de 14 por cento dos 600 delegados à Convenção, considerou que o apelo do líder parlamentar do BE aos descontentes do PS para um protesto comum contra o Governo, devia estender-se «de forma explícita» «também ao PCP e à CGTP».
As críticas à linha estratégica da direcção do BE já tornadas públicas na moção C foram reiteradas hoje na Convenção. João Delgado criticou o BE por «estar entre o Parlamento e a tv».
«Quando o partido está centrado no parlamento e na TV, nada mais natural que os aderentes fiquem sentados no sofá a ver o partido na TV», criticou João Delgado.
Pela moção B, Helena Carmo insistiu nas críticas à falta de democracia interna, defendendo mais participação dos activistas nas decisões do Bloco.
Já Paulo Silva, subscritor da outra moção em discussão, propôs «mais pluralismo», propondo a realização de conferências da «esquerda nova» para combater o governo de Sócrates «com todas as esquerdas».
Diário Digital / Lusa
02-06-2007 14:31:00
