sábado, junho 09, 2007

 
Documentário: D. João II ensina China a ser superpotência

O maior documentário da televisão oficial chinesa em mais de uma década representa a ascensão de Portugal a primeira potencial mundial, através do rei D. João II, defendendo que esse é o caminho para a China se tornar na próxima superpotência.

A CCTV apresenta o monarca e Portugal como heróis, estuda o que os portugueses fizeram para tornar Lisboa o centro do mundo e reflecte sobre as lições que a China pode tirar enquanto reclama um lugar entre as maiores potências mundiais.

«A Ascensão das Grandes Potências», será dividido em vários episódios, cada um deles sobre grandes impérios da História. O primeiro cabe a Portugal, um «país pequeno, vindo de séculos de guerra, com terrenos estéreis, pobre e atrasado», que alcançou o sucesso.

Entre os intelectuais chineses, poucas dúvidas sobram que os 12 episódios de 40 minutos cada tenham sido produzidos com ordem ou autorização expressas do Partido Comunista Chinês (PCC), que governa a China em regime de partido único. As conclusões, por isso, não se afastam muito das doutrinas em vigor entre as elites políticas do país e são um raro vislumbre do que a liderança de Pequim pensa sobre o seu lugar no mundo.

Sobre Portugal, a conclusão do é que a «milagrosa ascensão portuguesa» se deve ao génio de D. João II que, com uma liderança política forte, criou «um Estado unido e vigoroso numa Europa dividida pela guerra». Um exemplo português que os líderes políticos chineses acreditam dever ser seguido.

O documentário lembra também, outra vez utilizando o exemplo de Portugal, que não chega uma liderança política forte e um Estado unido. Uma das lições portuguesas de «Grandes Potências» é que enriquecer e desenvolver o poderio económico devem ser, sem dúvida, as prioridades de uma potência em ascensão.

«Portugal tinha muito ouro e prata e um aparelho de Estado forte. Mas a riqueza, que entrou como a água, saiu como a água. O povo não tinha comida decente, nem roupa, nem abrigo, nem meios de transporte. O poder político forte que antes tinha conduzido Portugal por estradas brilhantes gastou todo a força nacional e as aspirações comuns do povo», considera-se no documentário.

Diário Digital / Lusa

09-06-2007 11:14:14


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