domingo, junho 03, 2007

 
EUA: Desmantelado plano de destruição de aeroporto Kennedy

Autoridades federais norte-americanas anunciaram no sábado terem desmantelado uma célula terrorista islâmica com um plano «arrepiante» para destruir o aeroporto Kennedy, em Nova Iorque, matando milhares de pessoas e provocando uma catástrofe económica.

Três homens, um dos quais antigo membro do Parlamento da Guiana, foram presos e um quarto é procurado em Trinidade e Tobago, todos integrando uma conspiração que as autoridades dizem terem seguido há mais de um ano.

O plano envolvia o ataque e a destruição do aeroporto internacional John F. Kennedy (JFK), de Nova Iorque, provocando milhares de mortes e desencadeando uma catástrofe económica ao fazerem explodir as canalizações de combustível para jactos que passam no subsolo do populoso bairro de Queens.

«Se este plano se tivesse concretizado, a devastação seria simplesmente impensável», disse a procuradora federal Roslynn R. Mauskopf em conferência de imprensa no sábado. «Era um dos planos mais arrepiantes que se pode imaginar».

Segundo as autoridades, um dos suspeitos detidos terá confessado que o plano visava causar uma destruição maior do que os ataques de 11 de Setembro.

Um dos detidos, Russell Defreitas, cidadão dos Estados Unidos nascido na Guiana (América do Sul, a norte do Brasil) e antigo empregado no sector de carga do JFK, disse que o aeroporto, que evoca o Presidente assassinado, foi escolhido para «pôr todo o mundo de luto».

«Seria como se ele fosse morto duas vezes», terá dito Defreitas, de 63 anos, que começou a imaginar o plano há dez anos, quando trabalhava no sector de carga do aeroporto.

As autoridades disseram que os conspiradores eram motivados por ódio aos Estados Unidos, Israel e o mundo ocidental. Defreitas ter-se-á gabado de ter aprendido na Guiana a fazer bombas.

Apesar dos seus esforços, os detidos nunca conseguiram adquirir os explosivos, disseram as autoridades.

«Desencadear uma tal explosão não seria fácil nas presentes condições», disse à Associated Press Fred Burton, antigo perito em antiterrorismo do Departamento de Estado, mas acrescentou não estar na posse de todas as informações sobre o caso.

Richard Kuprewicz, perito em tubagens de combustível, disse que a força da explosão dependeria da quantidade de combustível sob pressão, mas não percorreria toda a extensão do «pipeline».

«Não quer dizer que um louco não possa causar danos e provocar um incêndio, mas essas explosões e incêndios seriam bastante limitados», disse.

A segurança reforçou-se muito depois da saída de Defreitas do JFK, pelo que o seu plano estava consideravelmente desactualizado.

Os outros dois detidos, Abdul Kadir, da Guiana e Kareem Ibrahim, de Trinidade e Tobago, encontram-se sob prisão em Trinidade, esperando as autoridades dos EUA que sejam extraditados.

O quarto homem, Abdel Nur, da Guiana, continua a ser procurado em Trinidade e Tobago, um arquipélago das Caraíbas a norte da Venezuela.

As autoridades dos EUA disseram que Kadir e Nur estão há muito ligados ao movimento radical islâmico Jamaat al Muslimeen, liderado por Yasin Abu Bakr e que tentou sem sucesso uma revolta em 1990 que causou 24 mortes.

Kadir, que foi até ao ano passado membro do Parlamento da Guiana, foi preso em Trinidade por tentar angariar fundos para «operações terroristas», segundo a polícia da Guiana.

Cerca de nove por cento da população da Guiana, antiga colónia holandesa e britânica com uma população de 770 mil habitantes, são muçulmanos, na sua maioria sunitas.

Diário Digital / Lusa

03-06-2007 10:19:00


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