domingo, junho 03, 2007
Os especialistas em telecomunicações britânicos que estão no Algarve a ajudar na investigação do desaparecimento de Madeleine McCann identificaram conversas em árabe a falar de uma «menina loira», revela hoje o jornal People.
As chamadas telefónicas onde era referida a «pequena menina loira» foram todas feitas em língua árabe num telefone pré-pago espanhol, adianta a edição dominical, que pertence ao grupo dos tablóides Daily Mirror e Sunday Mirror.
Segundo o jornal, nas conversas foram ainda encontradas referências a um homem alemão, a Marrocos, Holanda e Alemanha e ainda às travessias marítimas de Tarifa, de onde sai oito vezes por dia um barco com destino a Tânger, em Marrocos.
Estas pistas terão sido encontradas usando o «sistema espião Echelon», um programa que que consegue «ouvir palavras-chave e frases usadas em conversas telefónicas, e depois analisá-las», revela.
Os especialistas britânicos terão ainda percebido referências à visita dos pais de Madeleine na semana passada a Roma, onde foram recebidos pelo Papa Bento XVI, adianta.
Uma fonte próxima da investigação citada pelo jornal reconheceu que «a informação recolhida destas chamadas de telemóveis está a ser tratada muito seriamente», mas confessou que o facto de os telemóveis pré-pagos não estarem normalmente registados torna «difícil encontrar o rasto, o que é frustrante».
Mesmo assim, disse ao People que «pode ser muitíssimo importante» e indicou que a investigação pode virar-se para o Norte de África, onde uma turista norueguesa afirma ter visto Madeleine há três semanas em Marraquexe.
Mari Olli teria visto uma menina loira vestida de pijama num posto de abastecimento de combustível na companhia de um homem a quem terá perguntado em inglês: «Já posso ver a minha mãe?».
Dois agentes policiais britânicos especialistas em telecomunicações estão desde a semana passada na Praia da Luz para tentar identificar registos de comunicações de telemóveis que possam estar relacionados com o alegado rapto de Madeleine.
No passado, registos de comunicações por telemóvel encontrados pela polícia foram cruciais para provar a responsabilidade de Ian Huntley pelo homicídio de Holly Wells e Jessica Chapman, de 10 anos, em 2002 no Reino Unido.
Embora a polícia britânica esteja a colaborar e vários agentes tenham sido enviados a Portugal para ajudar nas investigações, as autoridades britânicas têm sempre recusado comentar o caso, alegando que a responsabilidade do inquérito é da polícia portuguesa.
Faz hoje um mês que Madeleine McCann, uma menina inglesa de quatro anos, desapareceu de um apartamento turístico na Praia da Luz, Algarve, onde dormia com os seus dois irmãos gémeos, enquanto os pais jantavam num restaurante próximo.
Diário Digital / Lusa
03-06-2007 11:55:00