segunda-feira, junho 25, 2007

 
Quebra da imigração para Portugal deve-se a fraco crescimento


A diminuição da imigração para Portugal verificada nos últimos anos pode dever-se ao fraco crescimento da economia portuguesa, indicou esta segunda-feira um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O relatório anual «Perspectivas das migrações internacionais», relativo aos fluxos migratórios para os 30 países que integram a OCDE, em 2005, salienta que a imigração para Portugal tem vindo a diminuir nos últimos anos, enquanto que na maioria dos restantes estados-membros da organização, o fenómeno tem aumentado.

Segundo os dados do relatório, apresentado em Paris, França, em 2005, as migrações internacionais de carácter permanente ou temporárias cresceram entre dez e 11 por cento relativamente a 2004 na Zona OCDE, tendo os principais aumentos ocorrido nos Estados Unidos (mais 164,5 mil), Reino Unido (mais 55 mil), Espanha (mais 37 mil) e Itália (mais 31 mil).

Enquanto que os estrangeiros que entraram em Espanha em 2005 ascenderam a 682,7 mil, face aos 645,8 mil em 2004, o número de imigrantes em Portugal no mesmo período diminuiu em cerca de seis mil imigrantes, nomeadamente de 34 mil para 28 mil.

Como possível explicação para a diminuição dos fluxos migratórios com destino a Portugal, o relatório da OCDE, aponta o «fraco crescimento económico do país».

A diminuição significativa de vistos de trabalho concedidos por Portugal, nomeadamente de 12.800 em 2004 para 7.800 em 2005, é outro factor destacado pelo documento.

Em contraste, o relatório aponta para um aumento dos vistos temporários de permanência no país e os concedidos aos estudantes, que aumentaram em 2005 para um total de 8.350, «o número mais alto registado até agora».

O crescente número de mulheres entre os imigrantes, registado nos últimos anos em Portugal, continuou estável em 2005, de acordo com o documento da OCDE, tendo a percentagem das mulheres imigrantes aumentado de menos de 50% no final dos anos 90, para 55% em 2004 e 58% em 2005.

Após o predomínio dos imigrantes do Leste da Europa, verificado em 2000, os actuais fluxos migratórios têm origem, sobretudo, nos países de língua portuguesa, nomeadamente do Brasil, Cabo Verde e Angola.

Do total dos 432 mil estrangeiros registados a viver em Portugal em 2005, a maioria era oriunda do Brasil (70,4 mil), seguido de Cabo Verde (69,6 mil), Ucrânia (44,9 mil), Angola (34,6 mil), Guiné-Bissau (25,2 mil), Reino Unido (19 mil) e Espanha (16,4 mil).

De acordo com o documento, a imigração do Leste da Europa para Portugal continuou estável em 2005, embora se tenha registado uma novidade, já que os oriundos da Moldávia foram o terceiro grupo mais numeroso de imigrantes que chegou ao país nesse ano, substituindo os ucranianos nesse posto.

O relatório refere ainda a nova Lei de Imigração, aprovada em 10 Maio no Parlamento com os votos favoráveis do PS e do PSD, e destaca o facto da imigração se encontrar no topo da agenda do Governo português, através da relevância dada ao tema durante a Presidência da União Europeia que começa a 1 de Julho.

Diário Digital / Lusa

25-06-2007 19:40:28

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