sábado, junho 09, 2007
Gunter Kruse, que está a tentar fazer a árvore genealógica do artífice da Revolução Bolchevique, em 1917, na Rússia, disse que as suas investigações o levaram até à Idade Média, tendo encontrado um familiar de Lenine que viveu no século XIII.
Numa conferência de imprensa em Uliánovsk (ex-Simbirsk), cidade natal de Lenine, Kruse contou que iniciou o seu estudo depois de descobrir que ele próprio estava ligado ao dirigente revolucionário e que conseguiu identificar um milhar de antepassados e familiares, descobrindo nobres e mercadores, dirigentes da Hansa (liga comercial de cidades alemãs nos séculos XIV a XVI, e até um pastor protestante.
«Mas a representante mais curiosa da família é talvez uma bruxa, que foi queimada numa fogueira por ordem do Santo Ofício, mas quase não há informação sobre ela», adiantou o investigador.
Os familiares da nobreza alemã dos Uliánov (a família de Lenine) praticamente não mantinham contactos com os seus parentes na Rússia. As relações foram totalmente cortadas quando o irmão mais velho de Lenine, Alexandre, membro da facção terrorista do partido Vontade do Povo, foi preso e enforcado por preparar um atentado contra a vida do czar Alexandre III, em 1887.
Segundo historiadores soviéticos, foi depois dessa execução que o jovem Volodia Uliánov disse à mãe a famosa frase: «Nós iremos por outro caminho» - o da luta clandestina e da revolução para derrubar o regime, em vez de tentar matar apenas o monarca.
«Os Groscchoph eram muito práticos e preferiram romper todas as relações com essa família escandalosa. Se soubessem onde chegaria Volodia Uliánov, talvez não o tivessem feito», comentou Kruse.
O investigador quis conhecer a sobrinha de Lenine, Olga Uliánova, que vive na cidade onde o tio nasceu, mas esta recusou e devolveu-lhe os documentos que ele lhe enviara, sem os abrir, e com a incrição: «Não o quero conhecer para nada».
Diário Digital / Lusa
09-06-2007 10:06:26