quarta-feira, julho 11, 2007
Para chegar a este objectivo, o governo pretende acelerar o ritmo de construção de 200 mil para 240 mil novas casas por ano na próxima década, até 2016, muitas das quais poderão ser localizadas em antigos terrenos do Estado.
No seu discurso no Parlamento, afastou a hipótese de serem usados terrenos para zonas verdes ou agricultura e defendeu a aplicação de técnicas ecológicas para a construção de localidades e cidades amigas do ambiente.
A política de habitação tem sido um das prioridades salientadas por Brown para o seu governo perante a elevada especulação imobiliária registada no país, que fez os preços das casas dispararem 204% em 10 anos, segundo o instituto de estatísticas.
«Colocar a habitação a preço acessível, não apenas ao alcance de alguns mas de muitos, é vital para as aspirações individuais e para um futuro melhor do nosso país», sustentou Brown.
O conteúdo da intervenção do primeiro-ministro, que revelou uma série de medidas e leis que o governo pretende avançar na próxima legislatura, surpreendeu por quebrar uma tradição com 150 anos de tal apenas ser feito em Novembro, quando do discurso da Rainha.
O discurso da Rainha é escrito pelo governo mas lido pela monarca, que marca a abertura do ano parlamentar e estipula a agenda legislativa do governo.
«Acredito que é no interesse de um governo bom e aberto e do debate público que todos os anos o primeiro-ministro faça um discurso no Verão a esta Casa para que as primeiras reflexões, antes privadas, possam ser objecto de um debate mais alargado e informado», disse aos deputados.
Além das políticas para a habitação, Brown esboçou algumas das medidas que pretende implementar nos campos da saúde, das reformas, da educação e do combate à ciminalidade.
No entanto, o líder da oposição conservadora, David Cameron, acusou o primeiro-ministro de repetir objectivos dos governos anteriores de Tony Blair, a quem Gordon Brown sucedeu há exactamente duas semanas.
«Eu sei que isto é suposto ser uma grande inovação constitucional, mas devo dizer que o que primeiro-ministro anunciou parece o discurso da Rainha do ano passado, o ano anterior e o ano antes», comentou.
«Uma grande lista de leis, as mesmas prioridades e os mesmos fracassos», resumiu.
Diário Digital / Lusa
11-07-2007 16:51:00
