sexta-feira, agosto 10, 2007
Nasreen estava num clube de imprensa em Hyderabad, no sul da Índia, quando 60 seguidores de um partido muçulmano irromperam no local onde estava a ser lançado um dos livros da escritora, indicou a polícia.
A televisão mostrou imagens da agitação com vários homens a lançarem objectos a Nasreen, que acabou por ser retirada do local, mas um dos seus acompanhantes ficou ferido.
O presidente do grupo político envolvido neste incidente, o partido Majlis-e-Ittehadul-Muslimeen, defendeu esta agressão contra uma escritora «anti-islâmica».
«O que eles fizeram foi bem feito e todos os muçulmanos de Hyderabad vão felicitar o nosso partido por isto», afirmou Salauddin Owaisiwill.
«Não se pode escrever o que quer que seja em busca de glória. Deve respeitar-se os sentimentos das pessoas», afirmou o mesmo dirigente.
A cidade de Hyderabad, no estado de Andhra Pradesh, tem 6,5 milhões de habitantes, 38 por cento dos quais são muçulmanos.
Em Março, um outro grupo muçulmano anunciou que pagaria 11 mil dólares a quem decapitasse Nasreen.
A escritora, nascida em Agosto de 1962, fugiu do Bangladesh em 1994, depois de ter recebido ameaças de morte. Foi condenada a um ano de prisão no seu país, em 2002, pelo romance «Lajja» (Vergonha), que descreve perseguições da maioria muçulmana à comunidade hindu.
Realizaram-se na altura várias manifestações contra a escritora e o livro foi proibido.
Diário Digital / Lusa
09-08-2007 16:21:00
