quarta-feira, agosto 15, 2007
«Nos últimos meses, a força aérea russa realizou mais missões do que no passado e foi um pouco mais longe do que antes», refere o general Gene Renuart.
Esta declaração surgiu numa altura em que, em Moscovo, a força aérea russa anunciava que bombardeiros estratégicos russos vão efectuar até sábado exercícios sobre o Oceano Atlântico, o Oceano Pacífico e o Pólo Norte e disparar mísseis de cruzeiro.
«A Norad interceptou aparelhos russos sobre as águas internacionais, perto do Alasca«, acrescenta o general Renuart no seu comunicado.
«O Comando continua a vigiar todos os voos dos bombardeiros russos de longo raio de acção, incluindo hoje mesmo (terça-feira)», acrescenta o responsável militar norte-americano.
Cerca de trinta aparelhos russos utilizados para o lançamento de mísseis nucleares participarão nos exercícios, até ao próximo dia 18.
Trata-se de bombardeiros Tu-95 («Bear», segundo a terminologia da NATO), TU-22 (o bombardeiro estratégico supersónico mais utilizado na Rússia) e Il-78 (quadri-reactores utilizados para o reabastecimento em voo).
Na semana passada, bombardeiros estratégicos russos passaram perto da base norte-americana de Guam, no Pacífico, retomando a uma tradição abandonada desde o fim da guerra fria. Caças dos Estados Unidos fizeram uma aproximação aos «visitantes».
A Rússia procedeu nestes últimos meses a vários exercícios com os seus bombardeiros de longo raio de acção. Em 20 de Julho, o estado-maior do exército norueguês assinalou bombardeiros russos no mar do Norte, voando a latitudes «não habituais» entre a Noruega e a Grã-Bretanha, que provocaram o envio de caças noruegueses e britânicos ao seu encontro.
Os voos de bombardeiros estratégicos de longo raio de acção russos tinham diminuído após a queda da URSS devido à falta de financiamento do exército.
Mas a Rússia não limita as suas ambições ao espaço aéreo, tendo no passado dia 02 uma missão de exploração sua colocado uma bandeira russa nas profundezas do Oceano Árctico, a mais de 4.000 metros sob o Pólo Norte, uma proeza felicitada pelo presidente Vladimir Putin, partidário da jurisdição sobre estas regiões ricas em hidrocarbonetos.
Diário Digital / Lusa
15-08-2007 14:12:00