quarta-feira, agosto 08, 2007
A garantia é dada por Mário Lopes, professor do Instituto Superior Técnico de Lisboa (IST) e especialista em engenharia sísmica, que, em declarações ao Diário de Notícias, mostra-se convencido de que, no caso de ocorrer um terramoto com intensidade idêntica ao de 1755, a região de Alenquer apontada como um dos locais para a construção de um novo aeroporto correrá o risco de se afundar.
«Um sismo com forte potencial destrutivo não pouparia nenhuma região de Lisboa, mas são as condições do solo que amplificam ou diminuem os efeitos sísmicos», adverte o mesmo especialista.
Sendo que, no caso da Ota, defende o especialista, os terrenos são «do pior»: «Estamos perante solos atravessados por lodos, logo com um elevado risco de liquefacção.»
Esta é, aliás, uma das razões que, segundo Mário Lopes, irá encarecer a obra: «O conhecimento da geologia da Ota mostra que uma parte significativa da área de implantação do aeroporto é constituída por lodos sem capacidade de suporte de cargas.»
Como tal, viabilizar o aeroporto no concelho de Alenquer implicaria a construção de cerca de 235 mil estacas de brita (pedra de pequenas dimensões) para solidificar os solos da Ota.
No entanto, para o professor no IST, o risco sísmico não é o factor mais determinante na escolha do local para o novo aeroporto, já que, «do ponto de vista da engenharia, é sempre possível acautelar esse tipo de perigos e, em última análise, até se pode construir uma pista no oceano Atlântico ou na serra da Estrela.»
A questão de fundo, esclarece o especialista, é saber que custos isso implicaria, sendo que, no caso da Ota, o engenheiro defende que os encargos são «demasiado elevados».
08-08-2007 12:31:39