quarta-feira, agosto 01, 2007

 
PSD critica afastamento de Dalila Rodrigues do MNAA

O Partido Social-Democrata (PSD) criticou hoje o afastamento de Dalila Rodrigues da direcção do Museu de Arte Antiga (MNAA), considerando que é uma decisão que contraria a necessária estabilidade para a política cultural.

José Amaral Lopes, da Comissão Política do PSD, afirmou que «se o motivo é o facto de Dalila Rodrigues ter expressado uma alternativa de gestão, tal não é suficiente para a não reconduzir num cargo onde deu provas de eficácia».

Para o PSD, a saída de Dalila Rodrigues foi «abrupta» e «não fundamentada».

«O actual Governo afasta se há qualquer crítica ou divergência», disse Amaral Lopes citando os casos de Paolo Pinamonti do Teatro de São Carlos, de Rui Pereira do ex-Instituto Português do Livro e das Bibliotecas e de António Lagarto do Teatro D. Maria II.

«Sob a gestão de Dalila do Carmo, o Museu de Arte Antiga foi dinamizado, cresceu o público e o interesse dos mecenas, que é isso que se pretende», disse Amaral Lopes.

O responsável social-democrata considerou «grande o prejuízo para uma política cultural a longo prazo que se deseja», causado pela não recondução de Dalila Rodrigues.

«Dalila Rodrigues é uma técnica altamente qualificada, com provas dadas e que tem um currículo, nomeadamente pelo trabalho feito no Museu Grão Vasco [Viseu] e agora no de Arte Antiga», sublinhou Amaral Lopes que desempenhou funções de secretário de Estado da Cultura nos governos PSD/PP de Durão Barroso e Santana Lopes.

«Um alto dirigente da Função Pública tem direito a expressar a sua opinião, não deve ser só um executante mas sim contribuir com a sua experiência», acrescentou.

«Tanto mais - prosseguiu - que no meio dos museus há várias outras pessoas que também reflectem a mesma opinião, no sentido de uma maior autonomia financeira».

Dalila Rodrigues, foi hoje afastada do cargo e será substituída pelo actual director do Museu Nacional do Azulejo, Paulo Henriques, revelou à Agência Lusa fonte oficial.

O director do Instituto dos Museus e Conservação (IMC), Manuel Bairrão Oleiro, indicou ter comunicado hoje a Dalila Rodrigues que não lhe será renovada a comissão de serviço à frente do MNAA, onde, no entanto, irá continuar em regime de gestão corrente até ao final de Agosto.

As razões da não recondução de Dalila Rodrigues no cargo prendem-se com «a sua total discordância em relação ao modelo de funcionamento do IMC e por ter colocado condições para a sua continuação» à frente do MNAA.

Essas condições, explicou à Lusa Bairrão Oleiro, passavam pela autonomia financeira do Museu de Arte Antiga e pela articulação directa do Museu com o gabinete da ministra da Cultura.

«Desde Fevereiro que Dalila Rodrigues sabia que discordava totalmente do modelo de gestão defendido por si, falei com ela e transmiti-lhe isso mesmo, ora em consonância com isto não há que estranhar», disse Bairrão Oleiro.

O responsável afirmou que «não tendo sido alterado o modelo de gestão, em consonância por discordar dele» Dalila Rodrigues «não se terá que surpreender» com o afastamento.

Diário Digital / Lusa

01-08-2007 21:13:08


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