sexta-feira, agosto 24, 2007

 
Rússia: Retomada investigação sobre família do último czar

A Procuradoria-Geral da Rússia vai retomar a investigação sobre os restos mortais dos membros da família do último czar russo Nicolau II, iniciada a 19 de Agosto de 1993, anunciou Nikolai Nevolin, chefe do Instituto de Medicina Legal de Ekaterimburgo.

A decisão foi tomada depois de arqueólogos russos anunciarem a descoberta de restos mortais que podem ser de dois filhos do último czar russo Nicolau:, o príncipe herdeiro Alexei e a princesa Maria.

Nicolau II e a mulher Alexandra, tiveram quatro filhas - Olga, Anastássia, Maria e Tatiana - e um filho - Alexei, fuzilado pelos comunistas em 1918, nos arredores da cidade de Ekaterimburgo (Sverdlovsk), nos Urais.

«Durante trabalhos de investigação realizados em Julho e Agosto de 2007 foram encontrados restos de duas pessoas com vestígios de numerosos ferimentos.

Os arqueólogos dos Urais consideram que se trata dos restos mortais do príncipe herdeiro Alexei e da princesa Maria.

Os restos mortais são de um rapaz com 10-13 anos e de uma rapariga com 18-23 anos», declarou hoje Serguei Pogorelov, vice-chefe do Centro de Estudos Arqueológicos do Distrito de Sverdlovski.

Segundo o arqueólogo, foram encontrados ao realizar escavações num lugar que estava referenciado «num documento até há pouco tempo secreto». Trata-se do relato promenorizado de Iakov Iurovski, o comunista que foi encarregado por Moscovo de exterminar os membros da família real russa.

Além dos restos mortais, os arqueólogos anunciaram ter entregue aos investigadores judiciais «balas de pistola encontradas no local onde estavam enterrados os cadáveres».

As investigações foram entregues a Vladimir Sokolov, o agente do Procuradoria-Geral da Rússia que dirigiu os estudos genéticos dos restos mortais encontrados em 1993 e que as autoridades judiciais consideraram pertencer a «alguns membros da família real russa».

O czar Nicolau foi destornado pela revolução burguesa de Fevereiro de 1917 e enviado para o exílio para fora de São Petersburgo.

Depois da chegada dos comunistas ao poder, a família real russa foi transportada para Ekaterimburgo e aí fuzilada por ordem das novas autoridades da Rússia.

Nos anos 90 do séc. XX, foram encontrados restos mortais nos arredores de Ekaterimburgo, que os peritos consideraram ser de membros da família real russa, mas faltavam os restos mortais de duas pessoas.

Depois de numerosas peritagens, os restos mortais foram sepultados, com honras de Estado, na Igreja de São Pedro e São Paulo, em São Petersburgo, onde se encontram os jazigos dos czares da família Romanov.

A Igreja Ortodoxa Russa recusou-se a participar nas cerimónias oficiais, pois duvidou das conclusões dos cientistas.

«Se se provar que os restos mortais encontrados agora pertencem a dois membros da família real, isso apenas vem confirmar que os cadáveres sepultados em São Petersburgo pertencem também a essa família», declarou o historiador e escritor Eduard Radzinski, autor de uma das mais pormenorizadas biografias de Nicolau II.

«O principal é garantir o máximo acesso dos peritos aos restos mortais, para que fiquem esclarecidas todas as questões, incluindo as questões colocadas pelos crentes», declarou Vselovod Tchaplin, vice-presidente da Secção de Relações Internacionais da Igreja Ortodoxa Russa, assinalando que nas investigações anteriores «a investigação realizada foi muito fechada e não deu resposta a muitas perguntas».

Ivan Artsichevski, representante da Casa Romanov em São Petersburgo, pediu «investigações cuidadas ao mais alto nível profissional».

Diário Digital / Lusa

24-08-2007 14:04:00


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