quinta-feira, agosto 23, 2007

 
Texas: Executado 400º condenado à morte desde 1976

Um homem condenado por ter morto a tiro a dona de uma loja de conveniência tornou-se na 400ª pessoa a ser executada no Texas desde que aquele estado norte-americano restabeleceu a pena de morte em 1976.

Johnny Conner, um negro de 32 anos, foi executado cerca das 18:00 de quarta-feira (01:00 em Lisboa), através de injecção letal, tendo a sua morte sido declarada cerca de 10 minutos depois.

Conner, que passou oito anos no corredor da morte, pediu perdão e considerou-se «injustiçado» por um sistema «degradado»

O condenado não quis a última refeição.

A decisão de executar Johnny Conner mereceu nos últimos dias a reprovação da União Europeia que em comunicado da presidência portuguesa expressou a sua oposição «sem reservas» à pena de morte e pediu ao governador do Texas, Rick Perry, e às autoridades norte-americanas a aplicação de uma moratória sobre as execuções e condenações.

A pretensão europeia foi liminarmente rejeitada pelo porta-voz de Rick Perry, Robert Black.

«Há 230 anos, os nossos antepassados entraram em guerra para se libertar do jugo de um monarca europeu e ganhar a liberdade e a auto-determinação», declarou em comunicado divulgado na página Internet do governador.

«Respeitamos os amigos europeus, acolhemos os seus investimentos no nosso estado e apreciamos o seu interesse nas nossas leis, mas os texanos desembaraçam-se muito bem a governar o Texas», acrescentou.

O estado do Texas foi responsável por mais de um terço das execuções levadas a cabo nos Estados Unidos desde que o Supremo Tribunal autorizou o restabelecimento da pena de morte em 1976, e por cerca de dois terços apenas este ano.

Na segunda posição com maior número penas de morte aplicadas surge o estado da Virgínia com 98 execuções.

Doze dos 50 estados norte-americanos não chegaram a restabelecer a pena capital e dos que o fizeram quatro nunca procederam a nenhuma execução, enquanto em 14 o número de execuções não ultrapassa a meia dúzia.

A opinião pública do Texas é largamente favorável à aplicação da pena de morte e actualmente há 379 condenados no corredor da morte, mas os números revelam que as execuções têm vindo a descer: 48 em 1999, 29 em 2003, 11 em 2006.

De acordo com Richard Dieter, director do centro de informação sobre a pena de morte, esta evolução deve-se essencialmente aos erros judiciais revelados nos anos de 1990 pela multiplicação dos testes de ADN.

Actualmente, os jurados hesitam em aplicar uma pena tão radical quando a lei do Texas prevê, depois de 2005, como alternativa a prisão perpétua.

Diário Digital / Lusa

23-08-2007 9:01:00


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